Acúmulo de cera no ouvido entenda quais são os problemas

Aparelhos Auditivos

Quem nunca sentiu um incômodo no ouvido e ficou com vontade de utilizar o cotonete? Ou mesmo ter notado a presença de uma secreção amarela e o primeiro impulso tenha sido retirar? Seja com hastes, seja com a própria unha, remover a cera é uma ação já quase involuntária.

Porém, por que existe o cerúmen? Ele precisa ser realmente removido? Embora seja a vontade de muitos, o ideal é não interferir nesse processo fisiológico do organismo. Assim, mesmo quando houver o excesso não são necessários cuidados adicionais?

Diante de tantas dúvidas, existe a principal: o que fazer quando há o acúmulo de cera no ouvido? Pensando em todos esses questionamentos, vamos esclarecer os principais aspectos associados ao assunto. Confira!

Como a anatomia está associada com o cerúmen?

Quando pensamos na audição, é preciso ter em mente que é um sentido que exige bom funcionamento de estruturas anatômicas e fisiológicas. Muito se diz sobre a importância do tímpano e da cóclea e, de fato, são alguns componentes indispensáveis para o processo.

Porém, para entender melhor, o sistema auditivo é divido em algumas partes, de modo que cada uma tem seu papel essencial para captação e compreensão do som. A orelha interna, por exemplo, compreende principalmente a cóclea e sua comunicação com o sistema nervoso central, para onde envia as informações sonoras as quais serão processadas.

Já a orelha média é composta pelos chamados ossículos, que têm papel importantíssimo em transmitir para a orelha interna as vibrações que as ondas sonoras produzem na membrana timpânica. Por fim, a orelha externa é essa parte que nós conseguimos enxergar, seja do pavilhão, seja conduto auditivo.

Não sabe o que significa esses nomes? O pavilhão auditivo é essa região bem visível, conhecida popularmente apenas como orelha, onde são colocados brincos e o aparelho auditivo. Já o conduto representa o canal pelo qual o cotonete é introduzido na tentativa de limpar o cerúmen que fica na região.

O que é de fato essa secreção?

O que é de fato essa secreção?

Agora que você já sabe onde fica a cera, vamos entender um pouco da sua composição e da sua função. Voltando na anatomia, o canal auditivo apresenta em sua parede glândulas sebáceas e sudoríparas. Como toda glândula, elas produzem e liberam uma secreção que, nesse caso, é a cera.

A composição do cerúmen consiste em várias substâncias, sendo as principais a queratina e ácidos graxos de cadeia longa. Isso resulta em uma consistência lipídica e, de certa forma, até mesmo gordurosa. Complementando, o pH da secreção é naturalmente ácido e isso auxilia na sua principal função: a proteção.

Por mais que a vontade seja retirá-la, a cera deve ser mantida no ouvido. Seu papel é proteger as estruturas que mencionamos acima. Por meio do seu pH ácido, o ambiente torna-se desfavorável para proliferação de microrganismos, evitando as infecções conhecidas como otites.

Além de ser uma barreira química poderosa, sua ação mecânica também é importante. Ela protege o conduto contra a entrada de pequenas estruturas, como gotículas de água, poeira do ambiente e cristais de areia. Sendo assim, remover o cerúmen é o mesmo que diminuir a proteção natural ao seu sistema auditivo.

Quais os sintomas do acúmulo de cera no ouvido?

Quais os sintomas do acúmulo de cera no ouvido?

Sabemos que a produção de cera tem o intuito de proteção. Contudo, existe um certo limiar que pode ser prejudicial para o indivíduo: quando há o acúmulo do cerúmen. Tal excesso pode ser resultado tanto de uma produção excessiva como também do mau uso das hastes flexíveis.

Portanto, o primeiro sintoma que pode ser identificado é o prurido, ou seja, um incômodo semelhante à coceira, que leva a pessoa a introduzir no canal auditivo algum instrumento na tentativa de retirar a cera.

Com isso, há o risco de conduzir a secreção para a região ainda mais profunda, de modo que a remoção se torna inviável e ela se acumule próximo à membrana timpânica. O problema disso é a diminuição da audição, visto que a barreira mecânica é suficiente para bloquear a plena passagem das ondas sonoras.

Há ainda relatos de zumbidos. Esse sintoma é bem subjetivo e deve ser relatado pelo paciente. O zumbido nada mais é do que a percepção de determinado som sem que haja de fato uma fonte emitindo ele.

Quais são as causas desse excesso?

Quais são as causas desse excesso?

Que o acúmulo de cera no ouvido pode causar diminuição da audição e percepção de zumbido você já sabe, mas o que exatamente resulta nesse excesso?

O primeiro motivo é produção excessiva, que pode variar de pessoa para pessoa. A consequência do excesso é vontade de remover e, assim, outra causa de acúmulo é o uso de cotonete. Com o tamanho da haste comparado ao diâmetro e profundidade do conduto, a tendência é levar as secreções cada vez mais para dentro em vez de remover.

Além do cotonete, outros instrumentos podem contribuir para aprofundar o cerúmen. Um deles é o fone de ouvido intra-auricular, cujo uso é cada vez mais disseminado. Complementando, tampões auditivos também atuam como causa.

É preciso considerar ainda as doenças dermatológicas, como dermatite seborreica e psoríase. Em ambos os casos, a pele fica com aspecto de descamação, sendo que as estruturas expelidas são aderidas pela cera que fica com consistência mais espessa.

Existe tratamento para a condição?

Existe tratamento para a condição?

Embora tenha sido reforçada a função do cerúmen, nem sempre seu acúmulo oferece apenas proteção. Nos casos que a secreção se torna prejudicial, é necessário buscar ajuda com profissionais especializados, preferencialmente otorrinolaringologistas.

Assim, será a avaliada qual a melhor conduta para o caso. Em algumas situações, recomenda-se o uso de medicamentos tópicos, capazes de deixar a cera de ouvido com uma consistência menos dura e viabilizar sua remoção.

Porém, essa remoção não é feita utilizando as conhecidas hastes flexíveis, mas por meio de técnicas específicas, sejam elas de lavagem, sejam elas por meio da remoção mecânica especializada.

Concluímos, enfim, que o acúmulo de cera pode ser prejudicial, a partir do momento que resulta na perda parcial da audição ou chega a provocar zumbidos. Contudo, não devemos esquecer qual o principal papel do cerúmen: a proteção.

Sendo assim, evite o uso de instrumentos na tentativa de remoção não recomendada. Em alguns casos, além de aprofundar as secreções, há o risco de causar traumas auditivos e agravar um quadro que inicialmente era natural do organismo.

Vimos que a tentativa de remoção do cerúmen pode prejudicar a audição devido ao acúmulo. Então, quais cuidados devem ser adotados com a audição?

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