Otosclerose: conheça os sintomas e os tratamentos mais indicados

Aparelhos Auditivos

Se você já pesquisou sobre zumbido ou perda de audição, certamente conheceu diversos termos novos: presbiacusia, perda sensorioneural ou dificuldade de condução, essas são algumas das causas mais comuns da perda de audição no Brasil. No entanto, existe outra condição, menos conhecida, que também pode ser a causa desses sintomas: a otosclerose.

Neste artigo, explicaremos o que é essa doença, quais as suas causas e como você pode tratá-la. Caso você sofra com alguns dos sintomas da otosclerose e queira elucidar seu diagnóstico, esse é o momento certo. Caso você já tenha esse diagnóstico, poderemos explicar quais as possibilidades que o tratamento oferece.

Continue lendo para saber mais!

O que é a otosclerose?

Para compreendermos a otosclerose, antes precisamos entender como a audição funciona. Nosso canal auditivo, localizado no que chamamos de ouvido externo, termina em uma fina membrana chamada tímpano. Para trás dessa membrana, lidamos com as áreas que chamamos de ouvido médio e ouvido interno.

Enquanto o ouvido externo é responsável por transmitir o som, o ouvido médio o amplifica. Em seguida, o som amplificado é captado pelas estruturas do ouvido interno, que o transforma em estímulos nervosos. A partir daí, esses estímulos viajam ao cérebro e são compreendidos por ele.

No ouvido médio estão localizados três pequenos ossos, que são fundamentais na transmissão e ampliação do som: são eles o estribo, a bigorna e o martelo. A vibração e o posicionamento adequado desses ossículos são fundamentais para uma audição preservada.

A otosclerose é uma doença caracterizada pela calcificação e crescimento anormal do tecido ao redor do estribo, um dos ossículos. Isso faz com que ele — que normalmente é um ossículo móvel — perca espaço para vibrar e se torne mais fixo. Com isso, o ouvido médio perde capacidade de vibração e, consequentemente, a ampliação do som fica prejudicada.

Quais são as causas da otosclerose?

Quais são as causas da otosclerose?

A maioria das doenças relacionadas à perda de audição tem uma causa ou fatores de risco bem definidos. Eles geralmente estão relacionados a hábitos nocivos à audição ou ao envelhecimento, o que leva a uma perda gradual de nossa capacidade auditiva.

No caso da otosclerose, no entanto, as pacientes mais afetadas são as adultas jovens. Nessa faixa etária, outras causas (como a presbiacusia, por exemplo) são menos comuns. Portanto, a perda auditiva em uma idade mais precoce — especialmente no sexo feminino — levanta a suspeição para otosclerose.

Essa doença também se destaca porque ela não tem uma causa específica, consensual entre os especialistas. O que sabemos é que quem tem um histórico familiar positivo para a doença tem maior probabilidade de desenvolvê-la. Portanto, consideramos que os fatores genéticos têm um papel central no desenvolvimento da otosclerose.

Outros fatores de risco também já foram identificados, mas não sabemos ao certo seu efeito direto na calcificação em torno do estribo. São eles:

  • as doenças metabólicas (como diabetes);
  • os distúrbios vasculares (como a hipertensão);
  • infecções virais;
  • traumatismos locais.

Quais são os sintomas da otosclerose?

Como já mencionamos, o principal sintoma da otosclerose é a perda auditiva gradativa. Conforme o tecido ao redor do estribo se torna maior e mais rígido, essa perda, aos poucos, aumenta. Ela pode ocorrer em um ou em ambos os ouvidos, e geralmente começa com sons de frequências menores — ou seja, os mais graves.

Outro sintoma que pode ocorrer é o zumbido. Acreditamos que ele ocorre devido a uma tentativa das estruturas auditivas em compensar a perda auditiva leve. Nesse caso, o paciente pode, paradoxalmente, ouvir “demais”, o que gera o zumbido.

Por fim, embora sejam menos comuns, os sintomas relacionados ao chamado “trato vestibular” também podem ocorrer. O principal deles é a vertigem, um sentimento subjetivo de movimento quando, na verdade, a pessoa está parada. Isso ocorre porque as estruturas do ouvido não são responsáveis apenas pela audição, mas também pelo equilíbrio.

Como é feito o diagnóstico?

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da otosclerose deve ser feito por um otorrinolaringologista, médico responsável pela audição e pelo ouvido. É comum que sejam necessários alguns exames para identificá-la, como a audiometria e a imitanciometria. Esses exames ajudam, inicialmente, a evidenciar e documentar a própria perda auditiva.

Como a maioria dos pacientes com otosclerose são jovens, é possível que sejam necessários exames de imagem, como uma ressonância magnética. Além de evidenciar a própria calcificação, esses exames também auxiliam o médico a excluir outros diagnósticos possíveis.

Quais são as possibilidades de tratamento?

O objetivo do tratamento da otosclerose é reduzir os sintomas, devolvendo a qualidade de vida e a capacidade funcional à paciente. Nos quadros iniciais, quando há apenas uma perda auditiva leve, é possível contorná-la com o uso de aparelhos auditivos — que captam e ampliam o som, devolvendo uma audição mais nítida e precisa.

O uso de medicamentos orais também pode ser utilizado em alguns casos de otosclerose. No entanto, não há consenso entre os especialistas sobre a eficácia desses medicamentos. Vale a pena consultar seu otorrinolaringologista para discutir se ele é válido ou não para o seu caso.

O tratamento definitivo da otosclerose é a cirurgia. Nela, o estribo é retirado total ou parcialmente, sendo substituído por uma prótese que busca mimetizar seu papel. No entanto, a cirurgia para otosclerose não é isenta de riscos: como qualquer operação, ela tem efeitos colaterais e sua decisão deve considerar riscos e benefícios.

Por esse motivo, a cirurgia é reservada para casos específicos — geralmente quando os sintomas não são controlados com outras modalidades terapêuticas, nas fases iniciais. Portanto, siga sempre as orientações de seu médico e fique alerta.

A otosclerose é uma importante causa de perda auditiva, especialmente em pacientes mais jovens. Embora não conheçamos ao certo suas causas, contamos com terapias eficazes que podem trazer de volta a capacidade auditiva e a qualidade de vida dos pacientes. Caso você tenha alguma dúvida, consulte sempre seu otorrinolaringologista de confiança.

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