Certamente, você sente algo diferente no ouvido quando viaja de avião ou faz um mergulho no mar. Em casos normais, o sentido da audição se recupera totalmente após alguns segundos. Essa situação nada mais é que um barotrauma no ouvido e acontece por causa de mudanças na pressão atmosférica.
Apesar de ser algo corriqueiro, nem sempre é possível se recuperar do barotrauma. Em casos severos, quando acontece uma lesão, o paciente pode ter vertigens, dores intensas no ouvido e, até mesmo, perda da audição, por exemplo. Por isso, é preciso saber quais são os sintomas e as causas do barotrauma, os cuidados necessários e a importância de procurar um médico ao notar que há algo errado.
Para você que tem dúvidas sobre esse assunto, listamos abaixo as informações mais importantes que é preciso saber para cuidar da saúde do ouvido. Confira!
O que é barotrauma?
Barotrauma é uma reação do corpo diante de mudanças na pressão atmosférica, podendo acometer o pulmão ou o ouvido, que é o tema deste artigo. O ouvido é separado em três estruturas que estão conectadas entre si: ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno.
Quando a pressão do ar que entra pelo ouvido externo é diferente daquela do ar que já está na parte interna, acontece uma lesão no tímpano que é chamada de barotrauma. O ouvido, assim como os outros órgãos do corpo humano, tem uma estrutura interna complexa para lidar com os mais variados problemas.
Inclusive, uma parte chamada de trompa de Eustáquio é a responsável por manter em equilíbrio a pressão do ar que entra pelo ouvido externo e a do ar já existente na área interna. No entanto, vários tipos de problemas podem comprometer a eficiência dessa estrutura, como infecções, resfriados, alergias ou cicatrizes.
Nessas situações, como o ar não consegue circular livremente pelo ouvido, a diferença de pressão pode resultar em dor ou machucar o tímpano. Isso não significa que diante de qualquer mudança atmosférica o seu ouvido sofrerá alguma lesão, já que o barotrauma pode ser resolvido pouco tempo depois de a pressão ser nivelada sem a necessidade de intervenção.
Entretanto, é sempre bom prestar atenção nos sinais do corpo para procurar um médico logo no início de qualquer problema de saúde, quando as chances de cura são maiores. Além disso, no caso do barotrauma, algumas medidas podem ser tomadas também com a intenção de preveni-lo.
Quais são os sintomas?
Os barotraumas se manifestam tanto em quadros leves, em que a pessoa consegue se recuperar naturalmente do desequilíbrio da pressão atmosférica em pouco tempo, como em casos mais graves, com consequências que comprometem a qualidade de vida.
Entre os principais sintomas, podemos destacar estes:
- diminuição da capacidade de audição;
- sensação de ouvido entupido;
- dor no ouvido;
- vertigem;
- zumbido.
Outros sintomas menos comuns, como náuseas e dores de cabeça, também podem surgir, mas os listados acima são os mais frequentes. A intensidade de cada sintoma pode variar de acordo com a gravidade do caso.
Por exemplo, em uma situação normal dentro de um avião, é comum ter uma leve sensação de ouvido entupido ou notar a diminuição da capacidade de audição, que, aos poucos, volta ao natural.
Nos casos mais graves, os sintomas podem ser os mesmos, porém, a intensidade é diferente, com zumbidos mais fortes e dores agudas que chegam a incapacitar a pessoa, por exemplo.
Quais são as consequências?
Sensações como perda parcial da audição, dores de ouvido e zumbido não são nada agradáveis, mas felizmente podem ser passageiras e não é preciso tomar medicamentos para que tudo volte ao normal. Contudo, em algumas situações, as consequências da mudança da pressão atmosférica não são fáceis de reverter.
Pessoas mais vulneráveis que consequentemente podem sofrer danos mais sérios são as crianças, pois a trompa de Eustáquio delas é mais estreita que a de um adulto, e quem tem quadros de outras doenças, como resfriado ou rinite, que comprometem a função de equilibrar a pressão do ar no ouvido.
Quando o tímpano é rompido, uma das principais consequências é a surdez temporária. Por isso, se depois de um voo, mergulho ou mudança da altitude por ter se deslocado você perceber que os sintomas do barotrauma duram mais que algumas horas, ou são muito intensos, procure um médico imediatamente.
Quais são os tratamentos?
Geralmente, os casos de barotrauma se resolvem de maneira natural em pouco tempo. De acordo com os sintomas, algumas soluções são indicadas para aliviar o desconforto. Descongestionantes nasais são muito usados e devem ser aplicados quando a altitude ou a diferença de pressão atmosférica já estiver normalizada.
Às vezes, analgésicos e anti-histamínicos também são necessários, isso depende de cada caso. Se o barotrauma também comprometer as funções respiratórias, pode ser necessário que a pessoa acometida receba oxigênio. Procedimentos invasivos e cirurgias também são soluções adotadas em determinadas situações.
O mais importante é não apostar na automedicação e sempre consultar um médico para saber qual é o tratamento mais adequado para as suas necessidades. Somente um otorrinolaringologista conseguirá fazer um diagnóstico preciso e recomendar o que é necessário para não comprometer ainda mais sua saúde.
Como evitar o barotrauma?
Sabia que algumas ações simples ajudam a minimizar as chances de sofrer com o barotrauma? Fazendo alguns movimentos para permitir a abertura da trompa de Eustáquio, você consegue reduzir a possibilidade de ter os sintomas desse problema.
Entre as principais medidas de prevenção, podemos citar:
- durante o pouso e a decolagem de voos, realize movimentos como se estivesse mastigando algo ou masque chicletes;
- não durma nesses momentos, pois há mais mudanças na pressão atmosférica;
- expire suavemente com a boca fechada e, ao mesmo tempo, feche o nariz com os dedos.
Neste artigo, você conseguiu entender melhor o que causa quadros de barotrauma, seus sintomas e alguns cuidados simples que ajudam a evitar o problema. Em caso de dúvidas, a melhor dica a seguir é sempre procurar um médico de confiança.
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