Como funciona a cirurgia de implante coclear

Aparelhos Auditivos

Para grande parte das pessoas que apresentam surdez leve ou moderada, os aparelhos auditivos convencionais conseguem suprir bem as necessidades. Entretanto, se você, algum familiar ou amigo sofre com perda auditiva de grau severo, como alguns casos de perda neurossensorial, a cirurgia de implante coclear pode ser uma opção mais adequada e eficaz.

Muitas pessoas acham que um grau profundo de perda auditiva não tem solução. Mas esse implante consegue devolver a audição ao paciente, melhorando sua qualidade de vida e o convívio social, tão prejudicados quando não se busca tratamento.

Quer saber mais sobre essa cirurgia? Neste post, você descobrirá quando é indicada, quais são os cuidados e riscos e saberá quais são os resultados esperados. Acompanhe!

Quando a perda auditiva é considerada severa?

Quando a perda auditiva é considerada severa?

Os indivíduos com perda auditiva de grau leve a moderado ainda conseguem ouvir algo. Nesses casos, os aparelhos auditivos convencionais são uma ótima solução. Isso porque eles funcionam como amplificadores de som. Ou seja, é como se o volume dos sons fosse aumentado. Assim, a pessoa com dificuldades de ouvir consegue escutar e diferenciar os sons ao seu redor.

Por sua vez, pacientes com perda auditiva de grau severo ou profundo não ouvem nenhum som de fala e pouquíssimos sons do ambiente porque a cóclea, ou o nervo auditivo, se encontra bastante danificado.

A cóclea está situada no ouvido interno, tem forma de caracol e contém líquido e inúmeros cílios internamente, que estão conectados ao nervo auditivo. As ondas sonoras fazem com que o líquido e os cílios no interior da cóclea vibrem. Assim, elas são transformadas em impulsos elétricos que, ao serem enviados ao cérebro, são interpretados para que possamos identificar, compreender e interpretar os sons.

Em pacientes com perda auditiva de grau severo ou profundo, o funcionamento da cóclea está tão comprometido que apenas a amplificação do som é incapaz de gerar algum estímulo auditivo útil.

O que é o implante coclear?

O que é o implante coclear?

Trata-se de um aparelho eletrônico digital de tecnologia avançada que tem a capacidade de restaurar a função auditiva em pacientes com perda auditiva de grau severo ou profundo que não se beneficiam dos aparelhos convencionais.

O implante coclear é composto de duas partes. Uma é externa, semelhante a um aparelho auditivo, contendo um microfone, uma antena transmissora e um processador de fala. Geralmente, é colocada atrás da orelha e recebe os sons produzidos no ambiente, transforma-os em impulsos elétricos e os envia para a outra parte do implante.

A parte interna é formada por um arranjo de eletrodos e um receptor, que são implantados cirurgicamente dentro da cóclea. Eles se conectam a um receptor colocado atrás da orelha, por baixo da pele. A comunicação entre a unidade externa e a interna ocorre por radiofrequência.

Como o implante funciona?

O microfone da parte externa capta as ondas sonoras e transmite ao processador de fala, que, por sua vez, analisa os sinais sonoros e os transforma em impulsos elétricos que serão enviados à antena. Em seguida, o sinal é transmitido via radiofrequência para o receptor interno, que libera os impulsos elétricos para que os eletrodos intracocleares estimulem as fibras do nervo auditivo.

Esses estímulos são decifrados pelo cérebro do paciente, fazendo com que ele ouça, identifique e compreenda os sons. Devido à capacidade do implante coclear substituir um sentido humano, ele ficou conhecido como ouvido biônico. Graças ao desenvolvimento desse dispositivo, a audição se tornou o único sentido passível de reparação.

Para quem o implante coclear é indicado?

Para quem o implante coclear é indicado?

De maneira geral, o implante coclear é indicado para pessoas com perda auditiva de grau severo ou profundo e que não tenham obtido sucesso com o uso de aparelhos convencionais.

A cirurgia de implante coclear pode ser feita até mesmo em crianças a partir de 12 meses. Nos casos de surdez congênita, o ideal é a implantação precoce para permitir a maturação fisiológica das vias auditivas. Todavia, se a educação não foi realizada exclusivamente em linguagem gestual, a cirurgia em crianças mais velhas, adolescentes ou jovens adultos também apresenta excelentes resultados.

Não há limite de idade, desde que os critérios audiométricos sejam cumpridos. Vale lembrar que é imprescindível que o paciente passe uma por avaliação detalhada de um grupo especializado em diagnóstico e tratamento da surdez.

Como a cirurgia de implante coclear é feita?

Como a cirurgia de implante coclear é feita?

No pré-operatório, o médico avalia as condições gerais de saúde do paciente. Então, ele recomenda a interrupção ou não de medicamentos que o indivíduo esteja usando. Normalmente, a internação é feita um dia antes da operação e a alta é dada no dia seguinte.

A cirurgia é considerada pouco invasiva, dura cerca de duas horas e a anestesia é geral. É preciso raspar uma faixa de cabelo de 3 cm do lado do ouvido que receberá o implante. Em seguida, a equipe médica realiza um corte de aproximadamente 4 cm atrás da orelha para ter acesso ao osso que leva até a cóclea.

Depois disso, o implante é colocado sob a pele e fixado com parafusos. Os riscos cirúrgicos são mínimos quando a operação é realizada por uma equipe de profissionais experientes. O curativo, que é retirado dois dias após a cirurgia, é feito com gaze e atadura ao redor da cabeça. Se houver pontos, eles serão retirados após uma semana.

A cicatrização ocorre em um período médio de 30 dias, que é a fase pós-operatória. Durante esse tempo, o implante fica desativado. Quando a cicatrização termina, o dispositivo é ativado e somente a partir de então o paciente passa a ouvir os primeiros sons.

A compreensão auditiva requer tempo. Isto é, o paciente precisa reaprender a ouvir. Por isso, é necessário passar por um tratamento de reabilitação.

Quais são os resultados esperados?

Quais são os resultados esperados?

É preciso ressaltar que os resultados não são imediatos. Na verdade, são gradativos, progressivos e frutos da reabilitação. Por isso, é preciso paciência, perseverança e disciplina na aprendizagem de escuta.

A qualidade do som ouvido pelo paciente depende de uma série de fatores, como o tempo de privação auditiva, a causa da perda da audição, as estratégias utilizadas, o número de eletrodos implantados, a reabilitação, entre outros.

Desse modo, cada pessoa terá uma experiência particular e é difícil afirmar com precisão como será em cada caso. Alguns relatam que o som é metalizado, outros afirmam que é bastante semelhante ao que ouviam antes de perderem a audição. Porém, a maioria percebe uma melhora significativa da qualidade do som com o passar do tempo. Isso porque o cérebro precisa de um período de adaptação à nova condição.

Enfim, a audição é um sentido fundamental para o ser humano e todo esforço é válido para recuperá-la. Nessa perspectiva, a cirurgia de implante coclear se mostra uma solução eficiente para indivíduos com surdez profunda. Ela possibilita uma grande mudança, melhora a qualidade de vida, devolve a autonomia e a independência além de favorecer a interação social dos pacientes.

Gostou de saber que há uma alternativa eficaz para casos considerados mais graves? Quer saber mais sobre o assunto? Então, não deixe de conhecer quais são os graus e tipos de perda auditiva!

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