O que é colesteatoma e quais os seus principais sintomas?

Aparelhos Auditivos

A perda da audição em seus mais variados graus é uma queixa frequente nos consultórios médicos, especialmente os especializados em otorrinolaringologia. Afinal, esse problema afeta bastante a qualidade de vida do paciente e tende a fazer com que ele se prive do convívio social e se torne dependente de outras pessoas.

Há inúmeras causas para os problemas auditivos e entre elas está o colesteatoma, que é o crescimento anormal de pele dentro do ouvido. Para entendermos mais sobre o assunto, conversamos com Tamires Santos, fonoaudióloga e supervisora comercial da A&R Aparelhos Auditivos.

Acompanhe este artigo para conhecer mais sobre esse problema, seus sintomas e possíveis tratamentos!

O que é colesteatoma?

Clinicamente chamado de otite média crônica, o colesteatoma é caracterizado pelo crescimento gradativo de pele (que os especialistas chamam de tecido epitelial) dentro do ouvido em direção ao tímpano. A partir do momento que essa massa se forma, a tendência é continuar aumentando.

Desse modo, as estruturas do ouvido médio são comprimidas e enzimas, que destroem partes do sistema e causam inflamações crônicas, são produzidas. Tamires Santos esclarece que o colesteatoma tem a aparência de um cisto, sendo considerado um tumor benigno. No entanto, vale destacar que não se trata de um câncer.

Se o cisto crescer muito, é preciso uma intervenção cirúrgica para removê-lo e evitar danos mais severos, como destruição dos ossos do ouvido médio, perda da audição, alteração do equilíbrio e da movimentação dos músculos faciais.

Quais são os tipos de colesteatoma?

Dependendo da causa, o colesteatoma pode ser classificado em dois tipos. A seguir, conheça melhor cada um deles:

  • congênito — o indivíduo já nasce com excesso de pele no canal auditivo. Nesse caso, as razões ainda são desconhecidas;
  • adquirido — é a situação mais comum e ocorre quando há uma perfuração ou invaginação (desdobramento da membrana do tímpano) devido a infecções repetidas no ouvido ou não tratadas da forma adequada.

Quais são os sintomas?

5No início, os sintomas são leves. Somente quando o cisto atinge um tamanho maior é que surgem os efeitos mais graves. Os principais sintomas observados pelos profissionais são:

  • desconforto e dores no ouvido;
  • sensação de pressão de ouvido, como se estivesse entupido;
  • vertigem e perda do equilíbrio;
  • zumbido;
  • diminuição da capacidade auditiva;
  • liberação de secreção do ouvido com odor fétido bastante forte.

O crescimento anormal de tecido cria um ambiente propício para o desenvolvimento de fungos e bactérias. Desse modo, pode causar infecções no ouvido com o surgimento de inflamação no local.

Nos casos mais graves, quando o paciente demora a procurar ajuda médica, pode haver perfuração no tímpano, formação de abcessos no cérebro, meningite, danos nos ossos do ouvido, o que coloca a vida do indivíduo em risco.

A fonoaudióloga da A&R comentou sobre o caso de um paciente que procurou o centro auditivo com queixas de perda da audição. Após realizar a audiometria, foi encaminhado a um otorrinolaringologista, que o orientou a utilizar um aparelho auditivo. Porém, teve pouca evolução e as dificuldades continuavam.

Então, o otorrinolaringologista solicitou novos exames e descobriu a existência de um colesteatoma. Foi realizada uma cirurgia para a retirada da massa de tecido no ouvido médio e, posteriormente, o paciente prosseguiu com o tratamento na clínica.

A recuperação desse paciente foi um sucesso justamente porque ele contou com o auxílio de profissionais capacitados e procurou ajuda médica logo nos primeiros sintomas.

O que causa o colesteatoma?

Conforme mostramos, há dois tipos de colesteatoma. Nos casos mais raros, ele pode se desenvolver no bebê durante a gestação e as razões para isso ainda são desconhecidas.

O mais comum é o surgimento causado por infecções repetidas no ouvido ou otites não tratadas corretamente. Entretanto, ele também pode ocorrer por alterações no funcionamento da tuba auditiva, que é um canal que liga a faringe ao ouvido médio. As causas para isso podem ser infecções crônicas nos ouvidos, nos seios nasais (sinusite), alergias ou, até mesmo, resfriados.

Há formas de prevenir o surgimento desse tipo cisto?

Não há como prevenir o colesteatoma congênito, porque ele ocorre durante a formação do bebê. No entanto, alguns casos do tipo adquirido podem ser evitados. Como ele pode surgir em decorrência de infecções tratadas de maneira inadequada, é imprescindível consultar-se com um otorrinolaringologista sempre que sentir qualquer incômodo e obedecer rigorosamente ao que for recomendado por ele.

Como é o tratamento?

Como é o tratamento?

Geralmente, o tratamento é feito em três estágios. No início, o médico pode prescrever o uso de antibióticos e limpeza cuidadosa para tratar a infecção e drenar o ouvido. Em seguida, são analisadas as condições do paciente para a realização de uma cirurgia para remover o cisto, chamada de timpanomastoidectomia.

O objetivo principal é a retirada de todo o tecido que se formou no local, mas, em algumas situações, também é preciso fazer a reconstrução de partes danificadas do ouvido interno. Sessões de radioterapia e quimioterapia também podem ser necessárias, conforme explicou Tamires Santos.

Por se tratar de um procedimento invasivo, o paciente precisará passar por uma reabilitação auditiva. Quando for preciso o uso de aparelhos auditivos, o profissional avaliará as necessidades de cada paciente para indicar o mais adequado. Desse modo, o indivíduo recuperará sua qualidade de vida.

Mesmo após a retirada do cisto, é preciso fazer um monitoramento regular, pois ele pode voltar a aparecer. O recomendado é ter um acompanhamento médico mais minucioso nos cinco primeiros anos após a cirurgia e realizar audiogramas de tempos em tempos.

Como você viu, o colesteatoma é uma condição que pode ocorrer em indivíduos de qualquer idade. Se não for tratada a tempo, pode ter consequências graves. Quanto antes o paciente buscar orientação médica, maior será a probabilidade de preservar a saúde e evitar danos severos à audição. Mas somente um otorrinolaringologista pode dar um diagnóstico definitivo e indicar a melhor forma de tratar essa patologia.

Quer saber mais sobre esse assunto? Então, aproveite a visita ao blog e leia outro post para saber o que faz um otorrinolaringologista e quando procurar esse profissional. Boa leitura!

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