Entenda o que é o exame BERA e como é realizado

Aparelhos Auditivos

A audição é um dos sentidos mais complexos do corpo humano. Por isso, para testá-la, diversos exames podem ser solicitados. Audiometria, imitanciometria, audiograma e BERA são alguns exemplos dos quais você já deve ter ouvido falar. Mas, afinal, o que é o exame BERA e como ele é realizado?

Esse termo deriva do nome do exame (do inglês, Brainstem Evoked Response Audiometry), que também pode ser chamado de PEATE (Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico). Embora as siglas pareçam complexas, adiantamos que, de difícil, ele só tem o nome. Continue lendo para saber mais sobre o BERA!

Como funciona a nossa audição?

Como funciona a nossa audição?

Antes de nos aprofundar no exame, é necessário compreender resumidamente o funcionamento normal do nosso aparelho auditivo. O som proveniente do meio externo atinge a orelha externa, passa pela média e chega à orelha interna. Nesse trajeto, o som faz alguns pequenos ossos e membranas vibrarem. Esses estímulos mecânicos se transformam em impulsos elétricos, que, então, são transportados a uma estrutura chamada tronco cerebral.

Uma vez que chegam ao cérebro, esses estímulos são interpretados em áreas específicas, dando origem ao que chamamos de audição. Se houver alguma anormalidade em qualquer ponto desse trajeto, a audição pode ficar prejudicada. Dentre as causas mais comuns de perda de audição, podemos citar:

  • infecções;
  • doenças cardiovasculares;
  • exposição crônica a ruídos e poluição sonora;
  • desarticulação dos ossículos do ouvido;
  • envelhecimento, pois as estruturas do ouvido interno sofrem danos;
  • acúmulo de cera;
  • lesão do nervo auditivo;
  • lesão na cóclea;
  • lesões cerebrais.

Saber a causa e a localização exata do problema é o primeiro passo para buscar a melhor solução. Nesse contexto, os exames confirmam a hipótese do médico e indicam onde pode estar a lesão, levando a um tratamento mais direcionado e eficaz.

O que é o exame BERA?

O que é o exame BERA?

O objetivo do BERA é avaliar a resposta elétrica que ocorre no trajeto até o tronco encefálico em reação a um estímulo acústico. Lembra que dissemos que o nosso corpo tem o potencial de transformar as ondas sonoras em impulsos elétricos? Baseando-se nessa capacidade, o BERA consegue relacionar o som com a nossa percepção auditiva e verificar a integridade de nossas vias auditivas.

O BERA é indicado sempre que houver suspeita de perda ou deficiência auditiva em qualquer faixa etária. Ele é uma ferramenta importante na Pediatria Neonatal, por exemplo, pois consegue avaliar e discriminar lesões importantes no recém-nascido. Nos primeiros anos de vida, anomalias auditivas podem ter repercussões graves para a criança, por isso, necessitam de maior atenção.

No BERA, os impulsos elétricos no cérebro são captados por eletrodos e analisados por um fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista. O objetivo é compará-los com os estímulos sonoros e verificar se há alguma dissociação entre eles, identificando possíveis problemas na audição.

Como é feito o exame?

Como é um exame para avaliar a integridade do trato auditivo, alguns cuidados devem ser tomados: os aparelhos são específicos para o exame e a sala deve ser tratada acusticamente para evitar ruídos externos. Portanto, esse procedimento deve ser feito em um consultório ou clínica especializada.

Primeiramente, a pele da orelha e a da testa devem ser limpas com um gel especial, pois os eletrodos serão colocados nessas áreas. Os cabelos devem estar secos e sem excesso de produtos cosméticos, que podem atrapalhar o exame. Em seguida, o paciente é deitado e são colocados fones de ouvido para o início do exame.

Uma vez que o exame é muito sensível, qualquer movimento do corpo ou da musculatura facial pode atrapalhar sua execução e interpretação. Logo, é fundamental que o paciente fique de olhos fechados, o mais relaxado possível e em silêncio durante o exame. Assim, a precisão é maior e os riscos de interferência no resultado diminuem.

Durante o exame, sons de diferentes intensidades e frequências são emitidos nos fones de ouvido. Assim que esses sons são convertidos em estímulos elétricos e chegam ao cérebro, os eletrodos captam os sinais e os transmitem para o computador.

Desse modo, o examinador consegue diagnosticar com um grau de certeza muito grande uma possível doença. Se a atividade elétrica registrada for menor que o esperado, por exemplo, fica claro que há comprometimento em algum local. Nesse caso, com a interpretação correta, podemos saber em qual parte do trajeto encontra-se o problema.

O exame dura aproximadamente 30 minutos. Após esse tempo, o paciente retira os aparelhos e está liberado. Não é necessário internação, jejum ou medicações prévias e o paciente pode retomar suas atividades no mesmo dia. O BERA é considerado um exame pouco invasivo, sem efeitos colaterais.

O BERA é seguro?

Naturalmente, encarar um exame desconhecido pode gerar apreensão. Entretanto, no caso do BERA, não há o que temer: ele exige apenas o uso de eletrodos e fones de ouvido, sem utilizar anestesia ou injeções.

Nos casos em que o paciente é muito agitado, como crianças muito apreensivas, pode-se utilizar sedativos para que ele não se mexa durante o exame. Não existem contraindicações quanto à idade, condição prévia de saúde e uso de medicações crônicas. Portanto, o BERA é um exame altamente seguro e pode ser indicado em qualquer caso de suspeita de perda auditiva.

Seja na infância ou na vida adulta, as perdas auditivas devem sempre ser analisadas com atenção. A Medicina e a Fonoaudiologia trabalham em conjunto para oferecer soluções eficazes e definitivas. Para alcançar esses resultados, é necessário que o diagnóstico seja feito precocemente e da maneira correta.

Nesse contexto, o BERA se tornou uma solução pouco invasiva e muito útil na avaliação da perda auditiva. Além de oferecer dados importantes sobre os impulsos elétricos no cérebro, ele é independente da subjetividade — ou seja, não causa variação dos resultados devido à nossa percepção individual da audição.

Outro receio relacionado ao BERA é a preocupação com o seu resultado: afinal, caso ele indique alguma perda auditiva, existe tratamento para esse problema? Saiba mais e garanta a melhor terapia auditiva!

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