Você sabe o que é fadiga auditiva? Conheça os principais sintomas

Aparelhos Auditivos

A audição é um dos sentidos vitais na comunicação com o mundo. Para que ela funcione bem, existem estruturas anatômicas que geram uma série de estímulos para o cérebro processar os sons. Mas o que acontece se alguma dessas estruturas se esgotar?

A fadiga auditiva geralmente ocorre após exposição a um número elevado de decibéis. Seja na infância, na vida adulta ou, até mesmo, durante o envelhecimento, todas as pessoas podem ser expostas a uma fonte sonora além do que suportam.

Afinal, como saber se está com fadiga auditiva? Existe algum tratamento para essa condição? Continue lendo e entenda mais sobre o assunto!

O que é fadiga auditiva?

Conforme dito, o sistema auditivo é composto por estruturas responsáveis pela captação e processamento do som. As ondas sonoras que chegam ao pavilhão, conhecido popularmente como orelha, são direcionadas para o interior do canal auditivo.

Ao chegarem na membrana timpânica, as ondas produzem uma variação de pressão, que gera uma movimentação nos ossículos da orelha. Estes últimos transmitem para a cóclea os estímulos mecânicos recebidos.

É justamente a cóclea a grande responsável por converter os estímulos em impulsos elétricos para processamento no cérebro. A fisiologia do processo é complexa, mas é importante entender uma estrutura essencial: as células ciliadas.

Na cóclea, existem canais preenchidos por líquidos, conhecidos como endolinfa e perilinfa. Cada um deles apresenta características químicas específicas determinantes para a geração do estímulo.

A pressão dos ossículos causa a movimentação do líquido e, consequentemente, das células ciliadas. Contudo, diante da exposição ao barulho excessivo, essas células podem morrer, o que caracteriza a fadiga auditiva.

Então, além de exercerem a função de transmissão do impulso, as células ciliadas também protegem contra a exposição inadequada. Existe, ainda, a possibilidade de essas células se regenerarem. O processo requer, em média, 14 horas de descanso.

Embora exista essa possibilidade, de nada adianta caso haja uma agressão constante ao sistema auditivo. Nessa situação, o problema vai além da fadiga, podendo causar um dano permanente.

Quais são os principais sintomas?

Como mostramos, a exposição ao barulho excessivo é o principal fator para causar fadiga auditiva. Desse modo, os sintomas costumam aparecer após a permanência em ambientes ruidosos, como shows, bares, academias, estádios, entre outros.

Porém, nem sempre o vilão é uma caixa de som potente. Às vezes, o causador do problema cabe dentro do bolso: o fone de ouvido. Um estudo realizado mostrou que, mesmo em pessoas saudáveis, o uso diário de fones, com média de uma a duas horas, causa efeitos nocivos à audição ao longo do tempo.

Entre as queixas dos usuários, há dois sintomas importantes: a sensação de abafamento nos ouvidos e o rebaixamento da capacidade de ouvir. Ressaltamos que a perda auditiva é progressiva, ou seja, um quadro leve pode se tornar pior posteriormente.

Com a menor capacidade auditiva, a comunicação também é prejudicada, uma vez que há diminuição da habilidade de compreender as palavras e intolerância cada vez maior a sons que antes não causavam desconforto.

Outros sintomas relatados são dores no ouvido e zumbidos, que são percepções de som sem que haja, de fato, um estímulo proveniente de fonte sonora. Também existem sintomas que não têm relação direta com a audição, porém, retratam a fadiga auditiva. Isso acontece porque as células vizinhas às lesadas buscam compensar o rebaixamento atuando de forma intensificada. São eles:

  • distúrbios de sono;
  • estresse e tensão;
  • cansaço e desatenção;
  • irritabilidade e nervosismo;
  • dores de cabeça.

Quais são os problemas dessa condição?

Ao analisar cada sintoma, é possível perceber como a fadiga auditiva prejudica o dia a dia das pessoas. A sensação de abafamento e menor audição prejudica diretamente a comunicação.

Desse modo, diferentes núcleos sociais podem ser atingidos, desde a família até amigos e colegas de trabalho. Uma pessoa que não escuta bem passa a evitar situações de interação pessoal, consequentemente socializando menos. Isso pode gerar impactos psicológicos, resultando, até mesmo, em depressão.

Falando sobre trabalho, além da dificuldade de se comunicar com outras pessoas, ainda há a possibilidade de queda no desempenho de tarefas. Nesse caso, é preciso reforçar um ponto importante: nem sempre a perda auditiva acomete apenas a audição.

A sobrecarga exercida no cérebro após a intensificação da atividade das células ciliadas diminui a disposição para realização de tarefas, gerando uma fadiga severa. Além disso, o estresse e a irritabilidade aumentados também causam impacto na qualidade de vida.

Ainda é importante dizer que esses sintomas não são exclusivos de uma fadiga auditiva em grau elevado, ou seja, um quadro leve já aumenta o cansaço, a desatenção e o nervosismo. Portanto, cuidado com a exposição ao barulho!

Qual é a melhor forma de resolver o problema?

Qual é a melhor forma de resolver o problema?

Percebeu que já apresenta alguns dos sintomas relatados? Nesse caso, a orientação que fica é buscar por ajuda especializada. O otorrinolaringologista é o médico responsável por tratar distúrbios auditivos.

Em trabalho conjunto com o fonoaudiólogo, é possível realizar testes que graduam o nível da perda e, assim, estabelecer o melhor tratamento para tentar reverter os danos. A busca por ajuda especializada e o acompanhamento constante são cruciais para o sucesso da intervenção.

Além disso, existem dicas práticas para minimizar os efeitos nocivos da exposição prolongada ao barulho. A primeira delas é evitar esse tipo de situação. Não estamos dizendo para evitar ir a shows ou outras atividades, mas, sim, sugerindo tentar diminuir o impacto quando fizer isso, seja se posicionando longe das caixas de som, seja utilizando abafadores de orelha.

Esses abafadores podem ser supra-auriculares ou intra-auriculares. O importante é diminuir a entrada das ondas sonoras. Por fim, é indispensável o cuidado com o uso de fones de ouvidos.

Novamente, não estamos dizendo para não utilizar, mas, sim, racionalizar o uso. Desde a escolha do modelo do fone, busque equipamentos que preservem a audição o máximo possível, evitando os intra-auriculares. Além disso, tenha atenção tanto ao volume estipulado como ao tempo de exposição ao ruído.

A fadiga auditiva mostra que a atenção à saúde da audição não deve ser restrita aos idosos. De fato, o envelhecimento é determinante para começarem as dificuldades para ouvir, mas, cada vez mais, os jovens apresentam queixas associadas ao sistema auditivo. Isso acontece, principalmente, devido à contribuição dos hábitos de vida para problemas relacionados. Por isso, não deixe de buscar ajuda assim que perceber os sintomas para que seja possível realizar o tratamento em tempo hábil.

Ficou alguma dúvida sobre o assunto? Comente abaixo e vamos esclarecer!

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