Fonoaudiologia para idosos: por que eles precisam de ajuda profissional?

Aparelhos Auditivos

É inevitável: com o avanço da idade, os cabelos mudam de cor, a pele enruga e as atividades do dia a dia, que antes pareciam simples, começam ficar mais difíceis e limitadas. Mas o processo de envelhecimento não se restringe apenas a esses aspectos visíveis e fáceis de identificar.

Ele também afeta funções vitais e, na maioria das vezes, pouco perceptíveis do corpo humano, podendo provocar distúrbios que acabam por repercutir na comunicação e na produção da linguagem do indivíduo.

Estima-se, por exemplo, que a voz atinja sua máxima eficiência na faixa etária que varia entre os 25 e 40 anos. Após essa idade, a pessoa fica propensa a sofrer uma série de alterações estruturais na laringe, que são inerentes ao passar dos anos.

O início efetivo do envelhecimento vocal, no entanto, varia de acordo com cada pessoa e suas características. Influências como o estilo de vida, a saúde física e psicológica e alguns fatores hereditários, alimentares, sociais e ambientais podem interferir diretamente no surgimento e desenvolvimento desses distúrbios e também no grau da deficiência vocal que o idoso apresenta.

É a partir desse momento que entra a fonoaudiologia para idosos. O acompanhamento de um profissional nessa fase da vida pode evitar ou reverter muitos desses distúrbios e problemas, promovendo bem-estar e qualidade de vida mais efetivos para a vida da pessoa.

Distúrbios na comunicação podem ser o primeiro sinal de uma doença mais grave

No entanto, é preciso ficar alerta. As alterações e os distúrbios na comunicação podem, muitas vezes, ser o indicativo antecipado de outros problemas mais graves, característicos da idade avançada, que podem surgir.

A maioria deles está ligado a algum funcionamento anormal dos sistemas neurológico, físico, psicológico e funcional do idoso, que costumam provocar dificuldades de fala, mastigação, sucção e deglutição.

É o caso, por exemplo, dos males de Alzheimer e Parkinson, do acidente vascular cerebral (conhecido também como derrame ou AVC) e até do câncer e da paralisia cerebral, que podem se manifestar primeiramente a partir de sintomas mais simples e não tão explícitos quanto se espera. Por isso, todo cuidado — e acompanhamento profissional — é pouco.

Veja, a seguir, uma relação dos transtornos que o envelhecimento natural do corpo humano pode causar na capacidade de comunicação de uma pessoa:

  • tremores na voz;
  • rigidez nas articulações que envolvem a boca e a face;
  • variação na altura, no tom e no timbre da voz, ao falar;
  • engasgos frequentes e tosse após engolir;
  • refluxo gastroesofágico;
  • dificuldade ou incapacidade de escutar ou distinguir sons.

Essas são apenas algumas das consequências do avanço natural da idade, no que diz respeito à voz e à produção da linguagem.

Distúrbios na capacidade de comunicar são variados

A partir dos primeiros sinais, indicados acima, o processo de envelhecimento pode resultar em diversos distúrbios na voz, na fala e na capacidade de comunicação. Os mais comuns são os seguintes:

1. Envelhecimento da voz

Nome da doença: presbiofonia

Quanto mais envelhece, mais o corpo é afetado por alterações naturais provocadas pelo tempo, envolvendo desde sistema respiratório até tensões musculares, que podem levar ao mau uso dos mecanismos do aparelho vocal e impedir a manutenção de uma voz natural. Esses distúrbios, porém, podem ser facilmente resolvidos por meio de exercícios vocais, aliados à boa nutrição e a um estilo de vida saudável.

O tratamento é mais eficiente se iniciado mais cedo, portanto, é necessário o acompanhamento de um médico e exames regulares para que qualquer problema na fala ou na audição seja percebido o quanto antes.

2. Envelhecimento do aparelho auditivo

Nome da doença: presbiacusia

Nem todos os problemas relacionados aos distúrbios da comunicação são provenientes da voz. Um dos que mais prejudicam a capacidade de se comunicar, por exemplo, tem origem indireta, a partir da perda auditiva.

O envelhecimento natural do ouvido humano tem relação direta com a redução da inteligibilidade da fala, comprometendo o processo de comunicação verbal da pessoa. Com a sensibilidade auditiva afetada e sem o tratamento correto e antecipado, pode levar o idoso ao isolamento social, à frustração e à redução dos sensos de alerta e defesa naturais, devido à dificuldade de localizar a fonte sonora. Felizmente, esses efeitos podem ser revertidos com o uso de um aparelho auditivo.

3. Dificuldade de engolir os alimentos

Nome da doença: disfagia

Outro distúrbio que surge conforme o avanço da idade envolve a deglutição. A dificuldade de engolir alimentos é afetada pelo sistema digestivo e pode ser um sintoma do aparecimento de doenças mais graves, como Alzheimer, Parkinson, derrame e até câncer e paralisia cerebral.

Pessoas com disfagia podem apresentar complicações pulmonares nos casos em que o alimento cai no pulmão, por exemplo, bem como pneumonia, asfixia, desidratação, desnutrição, engasgo e sensação de alimento parado na garganta.

4. Distúrbios da motricidade oral

A motricidade oral envolve as funções do corpo ligadas diretamente à estrutura e aos músculos da boca e da face. No entanto, algumas mudanças anatômicas ou funcionais podem surgir nessa região, como atrofia dos músculos, ausência de dentes e prótese mal ajustada, e afetar tanto a fala quanto a mastigação e a deglutição.

O tratamento fonoaudiológico para tal distúrbio é realizado também com acompanhamento de dentista, para poder auxiliar no aperfeiçoamento e na reabilitação dos aspectos estruturais e funcionais das regiões facial e cervical.

Como sabemos, a comunicação é um fator preponderante para a vida de qualquer pessoa, especialmente para o idoso, que depende dela para manter uma boa interação social, independência e autonomia durante essa fase. Então, fique atento à necessidade e à importância de um acompanhamento profissional durante essa fase.

A fonoaudiologia para idosos ajuda a detectar e a prevenir muitos dos distúrbios envolvendo a audição, sucção, mastigação e a deglutição aumentando e promovendo a qualidade de vida do idoso e auxiliando em um envelhecimento saudável.

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