O que caracteriza a hipersensibilidade auditiva?

Aparelhos Auditivos

Quem nunca foi a um show e ficou com incômodos na audição após o evento? Isso é normal e esperado, afinal, a pessoa ficou exposta aos volumes altíssimos das músicas. Mas será que essa condição é a hipersensibilidade auditiva?

Na verdade, não! A hipersensibilidade é a diminuição da tolerância aos estímulos. Então, mesmo diante de sons habitualmente normais, a pessoa pode sentir um incômodo auditivo. Imagine só a repercussão disso para o dia a dia!

Dessa forma, é viável que a pessoa busque auxílio com profissionais especializados. Ao longo do texto, vamos ver que existem algumas medidas que podem atuar na condição. Continue a leitura!

Entenda o que é hipersensibilidade auditiva

Conforme estávamos dizendo, a hipersensibilidade auditiva é basicamente uma menor tolerância aos sons ambientes. Em termos técnicos, é uma condição chamada de hiperacusia, na qual os sons habituais geram desconfortos em quem apresenta.

Então, os ruídos cotidianos tornam-se grandes vilões para pacientes com hipersensibilidade. E não estamos falando de nada muito alto! Um simples toque de telefone, choros infantis ou mesmo gargalhadas podem causar desconforto.

É importante dizer que não se trata de o paciente escutar melhor. Sua capacidade de ouvir é semelhante à das pessoas sem hiperacusia. Porém, a tolerância aos estímulos é bem menor, a ponto de poder provocar até dor em algumas situações.

Vale diferenciar também de uma outra condição chamada de misofonia. Nesse caso, o desconforto é diante de estímulos bem específicos. Na verdade, é mais uma irritação frente a um contexto. Quer um exemplo? O tic tac do relógio!

Portanto, a misofonia está mais associada ao desagrado a determinado som, não uma menor tolerância auditiva para ele. É como se a pessoa escutasse algo que provocasse nela algumas sensações irritativas. 

Saiba as principais causas e sintomas

Saiba as principais causas e sintomas

Para que nossa audição funcione bem, precisamos captar os sons e transmiti-los para a interpretação no cérebro. Assim, as ondas sonoras produzem vibrações que são mecanicamente enviadas para a cóclea.

Na cóclea, os estímulos mecânicos são convertidos em estímulos elétricos e enviados ao cérebro por meio de nervos. É no cérebro que ocorre toda a interpretação daqueles estímulos, ou seja, quando entendemos o que ouvimos.

Assim, podemos perceber que existe uma via periférica e uma central da audição. Uma vez que haja a hipersensibilidade auditiva esteja instalada, possivelmente pode ter como causa algum problema nas vias em questão.

Além da hiperacusia em si, é frequente que os pacientes também apresentem zumbidos. O zumbido é como se fosse uma ilusão sonora, que faz com que a pessoa perceba um chiado constante.

Se for para falar em números, 85% dos pacientes com hiperacusia também vão se queixar de zumbido. Por outro lado, até 40% das pessoas que apresentam zumbido, também relatam menor tolerância aos sons. Muita coisa, não é mesmo?

Veja como é feito o diagnóstico

Na abordagem médica, o exame clínico tem grande valor para direcionar e confirmar um diagnóstico. Dessa forma, quando a pessoa apresenta queixa de hipersensibilidade auditiva e zumbido associado, fica fácil excluir outras patologias.

Porém, embora o exame clínico seja de grande relevância, o profissional pode lançar mão de outras medidas para avaliar, classificar e confirmar aquilo que esteja em suspeita. Sendo assim, existem 2 testes que podem ser utilizados:

  • Loudness Discomfort Levels (LDL);
  • Uncomfortable Loudness Levels (ULL).

O primeiro deles, LDL, é comumente utilizado para adaptação de próteses auditivas. Então, seu emprego em condições de baixa audição é certeiro, mas ele também pode ser usado na avaliação de hiperacusia.

Normalmente, quem não tem baixa tolerância consegue suportar tranquilamente os sons que ficam em torno de 90 dB. Com a avaliação do LDL, percebeu-se que 90% das pessoas com hiperacusia já demonstram desconforto com estímulos entre 90 e 105 dB.

Descubra qual o tratamento

Descubra qual o tratamento

Feito o diagnóstico, é hora de passar para o tratamento. Nesse momento, muitas pessoas esperam por um medicamento capaz de resolver todas queixas. Porém, não existem fármacos nem mesmo cirurgias capazes de curar a hipersensibilidade auditiva.

Embora os estudos ainda busquem por combinações seguras e eficazes para isso, ainda não foi encontrado nada consistente. Na verdade, o extrato de folhas de Ginkgo biloba podem ser benéficos para o tratamento.

A venda dele é livre, além de ser amplamente receitado para outras condições. Porém, apesar de ter apresentado resultados positivos contra o zumbido, sua eficácia ainda é bastante controversa. 

Mas nem só de medicamentos e cirurgias consistem os tratamentos. Na verdade, a hipersensibilidade auditiva conta com um recurso terapêutico muito importante para melhorar a qualidade de vida: a terapia do sono.

É uma medida simples que consiste na exposição ao ruído branco. Vamos explicar melhor! Durante o sono, a pessoa é exposta a um ruído agradável junto aos demais ruídos ambientes. Isso ajuda a dessensibilizar o cérebro.

Em outras palavras, o organismo do indivíduo aprende que o ruído, naquela intensidade, não é agressivo. Aos poucos, o volume deve ser aumentado, para potencializar os resultados da terapia.

Conheça possíveis complicações

Falar sobre as complicações da hipersensibilidade não envolve, especificamente, situações biológicas. Na verdade, o contexto psicossocial é o mais acometido. Você consegue imaginar como é não tolerar sons ambientes? Muito difícil!

Isso prejudica a qualidade de vida como um todo. Seja em casa, seja no trabalho, seja nas ruas… Sempre haverá algum estímulo causando desconforto para quem tem hiperacusia. Isso pode levar a pessoa a evitar situações que incomodem.

Então, deve haver um cuidado especial com a saúde mental. A pessoa pode se tornar mais ansiosa ou mesmo deprimida com a baixa qualidade de vida.

Além disso, ainda existem impactos físicos, como dores de cabeça. Se o ruído for muito alto, a pessoa pode chegar a desmaiar! Por fim, uma das complicações mais graves é a perda auditiva.

Viu só como a hipersensibilidade auditiva pode prejudicar o dia a dia? Ninguém merece ter uma baixa qualidade de vida por causa disso, sobretudo porque existem meios de diagnosticar e medidas terapêuticas de abordagem. Portanto, se você já percebeu algum desses sintomas, procure por profissionais especializados, que contam com tecnologia de ponta para oferecer a melhor assistência possível de reabilitação.

Agora, que tal entender melhor o que é a sensibilidade auditiva?

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