Prevenção e tratamento do zumbido no ouvido

Aparelhos Auditivos

Estima-se que 28 milhões de brasileiros tenham zumbido no ouvido. De acordo com uma pesquisa feita pela American Public Health Agency, ele é considerado o terceiro sintoma mais incômodo do mundo, perdendo apenas para dores e tonturas muito intensas. Esse é um dos motivos de ser tão importante saber como tratar zumbido no ouvido.

O resultado do estudo não causa espanto. Afinal, além de ser desagradável, o fato de escutar barulhos que se assemelham a chiados, apitos ou cigarras pode afetar o sono, a concentração e o equilíbrio emocional dos indivíduos que apresentam o problema.

Pensando nisso, preparamos este post com tudo o que você precisa saber sobre o zumbido no ouvido. Acompanhe e tire todas as suas dúvidas!

Quais são as causas do zumbido no ouvido?

Por mais que não seja considerada uma patologia, essa condição pode demonstrar algumas alterações presentes no aparelho auditivo. Na maioria das vezes, os ruídos surgem como consequência do processo de perda auditiva, que pode ser ocasionado por vários problemas e hábitos.

Para tentar neutralizar o deficit, as partes do ouvido que ainda não foram prejudicadas atuam duas vezes mais — é aí que aparece a barulheira. O tipo de som, seu volume e a frequência com que ele se manifesta variam bastante. Isto é, o zumbido no ouvido pode ser passageiro ou permanecer durante toda a vida do indivíduo.

Algumas de suas causas são:

  • acúmulo de cera no aparelho auditivo;
  • longos períodos de exposição a barulhos com altas frequências sonoras;
  • redução da audição ligada à idade do indivíduo;
  • patologia de Ménière;
  • modificações dos ossículos do canal da audição;
  • Neurinoma do acústico — tumor de origem rara que afeta nervos do sistema auditivo.

Quais são os sintomas do zumbido no ouvido?

Alguns sintomas do zumbido no ouvido são enjoo, suor frio, perda auditiva e tontura. Quando ele se manifesta repetidamente, pode apresentar outros sintomas, como intolerância a sons altos, tontura e perda da audição, que também refletem o estado dos ouvidos e prejudicam a vida de quem convive com o zumbido.

Felizmente, na maioria das vezes não se trata de uma doença grave, mas é essencial procurar a ajuda de um especialista para verificar os casos que precisam ser investigados mais profundamente, por exemplo, para desconsiderar um possível tumor. O zumbido pode ser um dos sintomas iniciais em casos de distúrbios metabólicos e, com a investigação, será possível fazer o diagnóstico.

Quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor a resposta. Caso os zumbidos sejam muito persistentes, elevados ou se estiverem impedindo suas atividades diárias, será necessário contar com a ajuda de um especialista. O que pode auxiliar no alívio dos sintomas e até fazer com que desapareçam de vez é tratar a causa do zumbido.

Como prevenir o zumbido no ouvido?

Sem dúvidas, a prevenção é a forma mais eficaz de combater o transtorno. Existem algumas causas que não podem ser evitadas, como o envelhecimento natural. Porém, a maioria delas precisam ser prevenidas com a realização de algumas medidas simples e eficazes. Confira algumas dicas.

Visite um médico regularmente

Antes de mais nada, é importante entender que o zumbido não é uma doença, mas um sintoma. Geralmente, ele é um alerta do corpo dizendo que algo não anda bem. Existem diversas causas para a aparição do transtorno. Sabe-se que algumas doenças cardiovasculares interferem no fluxo sanguíneo do ouvido, ocasionando o ruído. Certas substâncias, como o ácido acetilsalicílico, também afetam a circulação.

Por isso, se você tem diabetes, hipertensão ou faz uso de medicamentos, é preciso ficar ainda mais atento. Procure um médico com regularidade e faça check-ups periódicos.

Veja outras causas do problema:

  • tumores no cérebro;
  • ansiedade, depressão e insônia;
  • consumo excessivo de álcool;
  • uso de drogas;
  • disfunções odontológicas, entre outros.

Tenha cuidado com os sons altos

A exposição prolongada a ruídos acima de 85 decibéis é uma das causas comuns da aparição do zumbido. Isso ocorre porque, em excesso, os barulhos podem danificar células do ouvido, ocasionando o transtorno. Por isso, para preveni-lo, recomendamos utilizar protetores auriculares sempre que precisar se submeter a sons intensos.

Além disso, é muito importante evitar escutar músicas altas em fones de ouvido, não ficar próximo às caixas de som em shows e festivais e adquirir aparelhos domésticos (como secadores de cabelo, por exemplo) que respeitem o limite de 85 decibéis.

Não utilize hastes de algodão

Se você deseja prevenir o zumbido, esqueça o hábito de limpar o ouvido com hastes de algodão. De acordo com especialistas, isso pode danificar nervos dos canais auditivos, causando o zumbido e, em casos severos, a surdez (o objeto pode perfurar o tímpano). Além disso, ao utilizar o cotonete, há o risco de empurrar a cera em vez de retirá-la.

Evite a ingestão de alguns alimentos

Certas substâncias contidas em alguns alimentos (principalmente os industrializados) são capazes de afetar a circulação no ouvido e o nervo que leva os sinais do cérebro até a orelha. Em excesso, elas podem danificar estruturas importantes, gerando o zumbido.

A seguir, saiba quais alimentos evitar:

Intensificadores de sabor

Alguns intensificadores de sabor utilizados nos alimentos industrializados (como o glutamato monossódico) desequilibram os neurotransmissores do sistema auditivo. Por isso, evite ingerir temperos prontos e comidas embaladas (sopas, por exemplo).

Sal

O excesso de sal intensifica o volume de fluidos nos vasos sanguíneos, aumenta a pressão arterial e reduz o fluxo de sangue nos canais auditivos. Portanto, evite o consumo exagerado de sal e comidas com muito sódio.

Açúcar

O cérebro e o sistema auditivo são dependentes do fornecimento regular de oxigênio e glicose (açúcar) para funcionar adequadamente. Quando essa fonte de alimentos está em desequilíbrio, podem ocorrer danos auditivos, como o zumbido. Por isso, previna-se e evite consumir alimentos muito açucarados, além de carboidratos simples.

Vá ao otorrinolaringologista

Sem dúvidas, visitar um otorrinolaringologista regularmente é uma das principais formas de prevenir o zumbido. Afinal, o surgimento do transtorno está relacionado a vários problemas de audição, como inflamações, infecções (como a otite), acúmulo de cera, otosclerose (crescimento anormal de certos ossos), perda de audição, lesões nos nervos etc.

Sendo assim, é importante procurar um profissional regularmente, pelo menos uma vez ao ano, mesmo que você não sinta nada.

Use protetor auricular

Caso trabalhe em um local em que a exposição a sons altos seja contínua, utilize equipamentos de proteção. Boas opções são abafadores de ruídos ou protetores auriculares.

Evite fumar e ingerir bebidas alcoólicas

Indivíduos que fumam ou ingerem bebidas alcoólicas com mais frequência têm maior risco de apresentarem o zumbido. No caso do cigarro, substâncias como nicotina, formol, monóxido de carbono, solventes e amônia reduzem a oxigenação sanguínea e ocasionam obstruções vasculares.

Devido ao fato de o ouvido interno só apresentar um único e pequeno vaso para realizar a oxigenação 24 horas por dia, ele é muito vulnerável à ação de substâncias vasoconstritoras. Por esse motivo, surgem sequelas no aparelho auditivo. Já no caso do álcool, pessoas que ingerem com frequência têm maior tendência a ter problemas de audição, principalmente nas frequências relacionadas à compreensão da fala.

Indivíduos que sofrem de alcoolismo são os que mais correm o risco de sofrer danos nos seus ouvidos. Isso se deve ao fato de os altos níveis de álcool no sangue gerarem um ambiente tóxico, que pode prejudicar as células ciliadas delicadas da cóclea.

Pratique atividades físicas

Mudanças na dieta e no estilo de vida, por exemplo, a prática de atividades físicas, fazem parte da prevenção do zumbido, pois ajudam no controle de doenças como colesterol alto, hipertensão e diabetes. Com o passar do tempo, pessoas que não praticam atividades perdem estruturas essenciais do sistema auditivo — capilares estriados e células ciliadas.

Isso porque ocorre uma inflamação que geralmente prejudica os capilares e as células. Porém, os exercícios físicos ajudam a proteger contra essa enfermidade. Lembrando que, em caso de suspeita de doenças cardiovasculares, a avaliação cardiológica é essencial.

Como tratar zumbido no ouvido?

A prevenção é importante, mas, e quando as pessoas já apresentam o sintoma? Tem tratamento? A resposta é: sim, existem diversas formas de combater o transtorno.

O primeiro passo de como tratar zumbido no ouvido é descobrir a origem do ruído. Se ele for causado por doenças já existentes, controlar esses problemas pode ser a cura para o distúrbio. Por exemplo, imagine uma pessoa que escute chiados na orelha por consequência da diabetes.

Nesse caso, é possível que um simples controle de insulina resolva o zumbido. Por isso, dependendo da causa, o tratamento é feito a partir do uso de alguns medicamentos.

Já os zumbidos causados por perda auditiva podem ser contornados com o uso de um aparelho simples ou misto. Aliás, existem soluções tecnológicas para o ruído até mesmo para quem não tem nenhum grau de surdez. É o caso dos geradores de som.

Esses dispositivos emitem um som suave — barulho de cachoeira, mar, vento, pássaros etc. — para “distrair” o paciente. Parece estranho, mas não é! Sabe quando acabamos de ligar um ventilador? Durante os primeiros minutos, é comum escutarmos o barulho emitido pelas hélices do aparelho, porém, com o tempo, esse ruído some, certo? De forma simplificada, podemos dizer que os geradores de som seguem essa mesma lógica.

Mas atenção: esses mecanismos são indicados para as pessoas que têm o zumbido, mas não apresentam perda auditiva. Para os pacientes que têm os dois problemas, o recomendado é usar os dispositivos mistos, que unem as funcionalidades das duas tecnologias (aparelho auditivo tradicional e gerador de som) em um único produto.

Identifique os “gatilhos” que causam o zumbido

Além de realizar o tratamento adequado, é muito importante que o paciente e o médico encontrem as causas que pioram a situação — uso de fones de ouvido, ingestão de alimentos industrializados etc. Dessa forma, é possível amenizar e prevenir o problema.

Use aparelhos auditivos

O fato é que a perda auditiva pode prejudicar a comunicação entre o cérebro e a orelha. O som conhecido como zumbido recupera a perda desses sinais. O zumbido não ocasiona a perda de audição, mas o som compreendido pode causar distração e impossibilitar a concentração em outros sons. É por esse motivo que os aparelhos auditivos podem ser uma ótima solução para realizar o tratamento do zumbido, assim como da perda auditiva.

Quando a causa do zumbido no ouvido está relacionada a algum grau de perda auditiva, o aparelho auditivo se torna uma ótima solução para o tratamento desse problema. Atualmente, há uma grande variedade de produtos com essa função. Para isso, o dispositivo pode aliviar o ruído desagradável por meio de uma terapia sonora individualizada.

Nela, o aparelho emite um tipo de som que desvia a atenção do zumbido. Geralmente, há uma lista de sons pré-definidos, além de sons da natureza, sendo que o paciente pode selecionar um deles. Com isso, o zumbido é anulado ao ouvir o novo som. A utilização do aparelho auditivo pode se tornar permanente ou ser somente temporária.

Caso o tratamento seja temporário, o tempo de uso pode variar conforme cada situação. Geralmente, o aparelho não cura o zumbido de forma completa, mas pode ajudar para que ele não continue atrapalhando o bem-estar e a qualidade de vida do paciente. Além disso, o dispositivo contribui para melhorar a audição mesmo que a perda auditiva seja muito leve.

Comumente, é isso o que ocorre, sendo que a perda auditiva não é percebida. É importante lembrar que o zumbido no ouvido relacionado à perda auditiva costuma aparecer de forma repentina, sem uma causa específica. Inclusive, esse sintoma pode ser agudo caso esteja ocorrendo há menos de três meses.

Já se o barulho se apresentar há mais de três meses, trata-se de um zumbido crônico. De qualquer maneira, é essencial procurar um otorrinolaringologista para que ele avalie o quadro. Dessa forma, é possível selecionar o produto mais adequado para cada caso.

Como mostramos, existem diversas formas de prevenir e de como tratar zumbido no ouvido. Em todos os casos, é fundamental procurar um médico para que ele forneça orientações de acordo com o seu quadro. Além disso, busque se alimentar bem e evite se expor a barulhos intensos.

Você gostou do nosso post? Então, agora que sabe tudo sobre prevenção e tratamento do zumbido, amplie os seus conhecimentos e entenda por que esse ruído acontece!​

Deixe um Comentário