Quais são os graus e tipos de perda auditiva?

Aparelhos Auditivos

A deficiência auditiva é caracterizada pela diferença entre a habilidade considerada normal de identificar sons e o desempenho que o indivíduo tem para isso. Ela é estabelecida por padrões da ANSI (American National Standards Institute) e consegue classificar os graus de surdez de acordo com suas normas.

Como a audição normal corresponde à detecção de ruídos até 25 dB N.A, é preciso ficar de olho nas alterações que cada paciente apresenta, já que existem diversos níveis de diminuição da capacidade auditiva entre a audição normal e a surdez total. Para fazer o diagnóstico da perda auditiva, é utilizado um exame — conhecido como audiometria — que tem o objetivo de quantificar e estabelecer o seu grau.

Você sabe quais são os tipos de perda auditiva, os graus de intensidade nos quais ela pode ser classificada e como funciona esse exame? Se não, acompanhe este post e descubra!

A Audiometria

A audiometria tem como objetivo analisar e medir a capacidade do paciente em ouvir e interpretar os sons emitidos pelo aparelho, o audiômetro. Por meio desse processo é possível identificar possíveis distúrbios auditivos e informar ao paciente quais são as medidas e os tratamentos disponíveis para os graus de surdez.

O profissional habilitado para realizar esse exame é o fonoaudiólogo. Ao final da audiometria, o laudo entregue ao paciente traz o diagnóstico informando se há anormalidade, o tipo e o grau da perda auditiva.

A audiometria é um exame para o diagnóstico, mas não tem função terapêutica, devendo o paciente procurar um especialista para avaliar o resultado do teste e definir a conduta a seguir.

Identificando os graus de surdez

Identificando os graus de surdez

Quando livre de problemas ou ruídos, a audição é considerada perfeita. Quando existe a perda auditiva total, no entanto, pode se considerar surdez. Porém, entre esses dois extremos existem vários graus de perda auditiva, sendo utilizados para classificar os pacientes e oferecer o tratamento mais adequado em cada um dos casos. 

A perda auditiva é classificada em graus, sendo que os mais comuns na prática médica são os leves e os moderados. As perdas auditivas condutivas são raras em grau severo ou profundo. Já a perda sensorioneural pode variar do grau mais leve ao mais profundo

Define-se como audição normal aquela em torno de 20 decibéis, que permite ouvir todos os sons da fala e a associação da fala com a audição, possibilitando o desenvolvimento das habilidades auditivas e da linguagem. Valores acima de 25 dBNA podem ser considerados perda auditiva.

Vamos definir cada grau a seguir:

  • leve (26 a 40 dBNA): o paciente escuta bem os sons das vogais, mas o som de algumas consoantes — como F, K, P, S e T — podem estar inaudíveis, assim como outros ruídos (por exemplo: o tique-taque do relógio);
  • moderado (41 a 70 dBNA): o paciente não ouve bem quase nenhum som da fala no nível de voz natural, sendo preciso falar bem alto para que ele ouça. Na prática, podemos relacionar essa perda com os sons fortes (por exemplo: o choro de um bebê e o ruído de um aspirador de pó). A comunicação fica bastante limitada já no grau moderado;
  • severa (71 a 90 dBNA): o paciente com perda auditiva severa não ouve nenhum som de fala, e poucos sons são percebidos (por exemplo: um latido de cachorro, as notas graves de um piano ou o toque de um telefone em volume máximo);
  • profunda (> 91 dBNA): o paciente com perda profunda não ouve nenhum som de fala e pouquíssimos sons do ambiente, como um helicóptero, uma motocicleta e uma serra elétrica. São candidatos à realização do implante coclear os pacientes que não ouvem sons acima de 91 dBNA.

É importante conhecer os graus e tipos de perda auditiva e, principalmente, reconhecer quando há algo de errado com a audição e procurar um profissional para uma avaliação adequada. Após realizar os exames e chegar a um diagnóstico, é essencial buscar por um tratamento adequado feito por especialista e usar corretamente os aparelhos auditivos quando necessário.

Apenas um especialista pode indicar qual o grau de surdez de uma pessoa, realizando avaliações e exames específicos para cada caso. É possível realizar teste geral de triagem, teste de diapasão, teste do oscilador ósseo e a audiometria.

Esse acompanhamento correto é essencial para que o paciente tenha o tratamento adequado e consiga encontrar o melhor aparelho auditivo para seu caso. Afinal, cada nível de perda auditiva apresenta um sintoma e pode exigir o uso de um determinado aparelho.

Vamos entender melhor os tipos de perda auditiva e as soluções que cada uma apresenta, para depois conhecermos os aparelhos auditivos disponíveis para cada caso.

A perda auditiva condutiva

A perda auditiva condutiva

A perda auditiva do tipo condutiva é aquela causada por um bloqueio na transmissão dos sons vindos da orelha externa, o meato, para a orelha média, onde estão localizados os ossículos.

As causas são, principalmente, devido ao acúmulo de cerume ou por colocar algum corpo estranho dentro do ouvido, mas também por:

  • otite média crônica (inflamação com secreção dentro da orelha);
  • otosclerose (calcificação que aumenta a rigidez do estribo e diminui a sua mobilidade);
  • ou perfuração timpânica.

O tímpano é a membrana que separa a orelha externa da orelha média e é responsável por vibrar e transmitir os sons para os ossículos, que se conectam.

Geralmente, a perda auditiva do tipo condutiva é parcial, ou seja, o paciente escuta alguns sons, e não leva a uma perda auditiva significativa.

A solução

Para a maioria dos casos, o tratamento clínico é a melhor opção. Mas, nos casos de perfuração ou de otosclerose, o tratamento cirúrgico é mais adequado para a recuperação do paciente.

Caso o tratamento clínico e cirúrgico não sejam satisfatórios para corrigir a perda auditiva, é possível utilizar os aparelhos auditivos externos que amplificam o som ou realizar um implante na cóclea com um dispositivo de condução óssea que desvia os sons da orelha média.

A perda auditiva sensorioneural

A perda auditiva do tipo sensorioneural é causada por alterações dentro do ouvido interno ou nas vias nervosas de condução, que transmitem os sons por meio de impulsos nervosos para o sistema nervoso central.

Nesse tipo de perda auditiva, a integridade da membrana timpânica e dos ossículos estão preservadas, ou seja, a transmissão de sons da orelha média para a orelha interna está normal. Porém, essa informação não é transformada em sinais elétricos para que o cérebro possa processá-las.

A perda auditiva sensorioneural pode ser dividida de acordo com a localização da alteração:

  • a perda auditiva coclear ocorre pelo mau funcionamento das células sensoriais da orelha interna, chamadas de células ciliadas. Com isso, a cóclea não é mais capaz de transformar as informações sonoras que chegam da orelha média em impulsos nervosos enviados pelo nervo vestibulococlear ao cérebro;
  • já a perda auditiva retrococlear acontece quando a alteração que causa a perda está no próprio nervo, ou seja, a informação sonora chega corretamente na orelha interna, é processada pela cóclea e transformada em impulsos nervosos. Porém, o nervo vestibulococlear não é capaz de transmiti-los para o cérebro.

As causas para a perda auditiva do tipo sensorioneural são diversas, como a presbiacusia causada pelo envelhecimento, ruídos em excesso por longo tempo, trauma cranioencefálico ou até doenças infecciosas, principalmente a meningite.

A solução

Na maioria dos casos a perda é permanente e a indicação é utilizar os aparelhos auditivos tradicionais. O implante coclear é recomendado para os pacientes que apresentam perda auditiva sensorioneural severa, que já fizeram uso de algum aparelho auditivo e ainda assim não conseguem se comunicar de maneira eficaz.

Agora, se a perda for retrococlear (o nervo não estiver funcionando) ou se a cóclea estiver muito ossificada, o implante coclear não terá benefício nenhum. As alternativas possíveis para esses casos são o implante de feixe de eletrodos duplos ou, indo mais além, o implante de tronco encefálico.

Isso dependerá de cada especialista e da experiência de cada um com esses tipos de procedimentos.

A perda auditiva mista

A perda auditiva mista

A perda auditiva do tipo mista é a mais comum de ser encontrada. Como o próprio nome diz, é definida como a combinação da perda auditiva condutiva e da perda auditiva sensorioneural.

A otite crônica é a principal causa de perda auditiva mista, porque geralmente o tímpano e os ossículos são afetados, impedindo que a cóclea capte os sons e os conduza por meio de impulsos nervosos ao cérebro.

A solução

O tratamento para a perda auditiva mista é feito com a utilização de um dispositivo auditivo pelo paciente. Também pode ser realizado o tratamento específico para perda auditiva condutiva ou perda auditiva sensorioneural.

Por exemplo: a cirurgia de correção e restauração da função da orelha ou mesmo os implantes para desviar os sons.

A escolha do aparelho auditivo ideal

Sabemos que a principal função de um aparelho auditivo é amplificar as ondas sonoras, de modo que uma pessoa com nível de audição debilitada possa escutar melhor. Todos os tipos de aparelhos disponíveis têm os seguintes elementos presentes:

  • microfone — para captação de vibrações sonoras e transformação em sinais elétricos;
  • computador — manipulação dos sinais eletrônicos e adaptação de acordo com o grau de surdez;
  • amplificador — aumentar a intensidade dos sinais do microfone;
  • receptor — conversação dos sinais elétricos em sinais auditivos acústicos.

É importante ressaltar que a adaptação de cada um dos modelos disponíveis é feita sempre de acordo com a necessidade do paciente, e não apenas sua funcionalidade e estética. Por isso, é recomendado que o indivíduo faça uma experiência prévia com o modelo ideal. Vamos conhecê-los!

Microcanal (CIC)

O aparelho microcanal é um pequeno modelo formado por uma única peça que se encaixa no canal auditivo e fica com um pedaço à mostra. Ele é considerado o menor modelo de aparelho auditivo de peça única, tendo boa adaptação dentro da orelha, já que sua cápsula pode ser moldada de acordo com a necessidade.

Bastante indicado para os graus de surdez leve a moderado, tendo como principal vantagem a discrição, agradando os pacientes que não querem um aparelho visível. Porém, em alguns casos ele pode não ser indicado devido à anatomia da orelha ou infecções recorrentes.

Intracanal (ITC)

Essa versão intracanal, formada também por uma única peça, é colocada no canal auditivo. Sua cápsula pode ser customizada e moldada. Esse aparelho é indicado para pessoas com perda auditiva de grau leve e moderado, sendo ideal para quem busca maior amplificação de sons e deseja um maior controle da audição por controle e programação de volume.

Intra-auricular (ITE)

Esse é um modelo um pouco maior, sendo feito sob medida para encaixar na proporção externa da orelha. Formado por uma única cápsula ele é o que tem maior potência de amplificar os sons, sendo indicado para pacientes com perda severa. Há também um botão de volume e programação e garante facilidade no encaixe na orelha.

Retroauricular (BTE)

Considerados os dispositivos mais potentes, eles são indicados para todos os graus de surdez, desde o leve até o profundo. Ele é formado por 2 partes, uma caixa que fica atrás da orelha e um molde auricular ou sonda que fica no canal auditivo.

Escolhendo com A&R Aparelhos Auditivos

Deu para entender que contar com uma boa solução em aparelhos auditivos é essencial para qualquer um dos graus de surdez. Por isso, a A&R está a mais de 13 anos acompanhando de perto pessoas com perda auditiva e ajudando-os a recuperar a qualidade de vida.

Entre em contato com nossos especialistas e tenha total segurança tanto na escolha do aparelho ideal quanto no acompanhamento do processo. Nosso intuito é garantir mais felicidade e estabilidade para você!

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