Confira a relação entre hipertensão e perda auditiva

Aparelhos Auditivos

Uma das realidades demográficas que o mundo vive hoje é o envelhecimento populacional. Seja pelo aumento da expectativa de vida, seja pela baixa natalidade, a população idosa tem aumentado cada vez mais.

Associado a isso, é preciso voltar o olhar para as condições de saúde características dessa faixa etária. De fato, as doenças crônicas tendem a acompanhar as pessoas ao longo da vida, e, complementando, a presbiacusia também é uma condição inerente ao envelhecimento.

Sendo assim, a relação estabelecida entre hipertensão arterial e perda auditiva requer atenção dos profissionais da saúde, exigindo monitoramento e estabelecimento de condutas. Saiba mais!

O panorama da hipertensão no Brasil

O panorama da hipertensão no Brasil

A hipertensão arterial é um dos problemas crônicos mais prevalentes em todo o mundo. No Brasil, mais de 30% da população sofre com essa condição, sendo que ela acompanha cerca de 60% dos idosos.

Os números por si só já mostram como a patologia é marcante na sociedade. Porém os riscos associados a ela agravam ainda mais o quadro: 50% das mortes por doenças cardiovasculares estão relacionados aos níveis pressóricos elevados.

Mas, afinal, o que é hipertensão? Popularmente, as pessoas sabem reconhecer quando a pressão está elevada ou não apenas de ouvir os resultados da aferição. Em suma, ao dizer “12 por 7” geralmente se tranquilizam.

Analisando de uma forma mais técnica, o “12 por 7” na verdade é 120 x 70 mmHg. A título de curiosidade, a primeira medida retrata a chamada pressão sistólica e a segunda a pressão diastólica. A medida em questão é considerada, sim, ideal.

Então a hipertensão arterial é definida como a elevação sustentada dos níveis pressóricos, de modo que sejam iguais ou superiores a 140 e/ou 90 mmHg — na linguagem corriqueira, 14 por 9. Ressalta-se, ainda, que o diagnóstico não é feito apenas com uma medida, e sim após acompanhamento e associação aos riscos cardiovasculares do indivíduo.

Portanto alguns fatores também devem ser considerados, como:

  • idade (maior incidência com o envelhecimento);
  • sobrepeso e obesidade;
  • sedentarismo;
  • excesso de sal;
  • consumo de bebidas alcóolicas.

Conforme dito, a hipertensão está direta ou indiretamente relacionada a, pelo menos, metade das mortes por problemas cardiovasculares. Além disso, resulta e agrava condições, como: AVCs, insuficiência cardíaca, problemas renais e acometimento de vasos periféricos.

Diante desse cenário, é importante incentivar que as pessoas busquem aferir as medidas, seja num consultório, seja com aparelhos no ambiente domiciliar. Detectar o estágio de pré-hipertensão, por exemplo, já ajudaria na adoção de medidas que pudessem reverter o quadro antes que a condição se estabelecesse de fato.

O funcionamento da audição

O funcionamento da audição

Agora que você já sabe um pouco mais sobre a hipertensão, vamos entender como ela está relacionada com a perda auditiva. Para isso, é preciso ter uma mínima noção sobre o funcionamento das estruturas do sistema auditivo. Vamos explicar melhor!

A audição é um sentido que requer a percepção do som e a interpretação dele. Para isso, as estruturas que compõem o sistema em questão devem estar aptas para captar e amplificar o som, bem como transmitir informações para o sistema nervoso central.

A membrana timpânica e os chamados ossículos da orelha estão mais voltados para a primeira função, de detectar as ondas sonoras e amplifica-las até que cheguem na cóclea. Já o ouvido interno, onde se localiza a cóclea, transforma as vibrações sonoras em impulsos elétricos que são enviados e interpretados pelo cérebro.

Todo esse processo requer um bom funcionamento que envolve anatomia e fisiologia. No primeiro caso, as estruturas devem estar íntegras e, no segundo, devem receber aporte de oxigênio e nutrientes adequados.

Esses elementos são transportados na corrente sanguínea e, portanto, dependem da integridade do coração e dos vasos que os conduzem. Nesse momento, o quadro de hipertensão pode ser determinante para prejudicar a audição.

A hipertensão e a perda auditiva

A hipertensão e a perda auditiva

As alterações que a hipertensão causa estão tanto no aumento da pressão em si como também na viscosidade do sangue. Com a elevação dos níveis pressóricos, os vasos tornam-se mais susceptíveis a hemorragias.

Pensando no ouvido interna, sua irrigação sanguínea é feita pelas artérias coclear e vestibular anterior. Essa informação é importante pois ambas são derivadas da artéria cerebelar inferior, que apresenta grande importância clínica.

Embora haja o risco de hemorragias, o que mais preocupa é a viscosidade do sangue. Quando ela aumenta, a consequência direta é diminuir o fluxo sanguíneo. Com tal diminuição, há impacto na quantidade de nutrientes e oxigênio para aporte das estruturas auditivas.

Isso faz com que diminua a atividade devido às condições fisiológicas desfavoráveis, que inclui não apenas a baixa oxigenação, mas também modificações nas concentrações de íons que são indispensáveis no processo de transmissão dos estímulos sonoros e elétricos.

Os cuidados para uma vida mais saudável

Os cuidados para uma vida mais saudável

Estamos, então, diante de duas condições que são prejudiciais e, quando associadas, tornam-se piores. Começando pela perda auditiva, embora o foco tenha sido sua relação com a hipertensão, existem outros motivos que a agravam.

Um dos que merece destaque é a exposição constante a ruídos externos. Existe um limiar de decibéis que, quando ultrapassado, acarreta lesões nas células do sistema auditivo. Portanto, além de realizar o controle da hipertensão, é importante se policiar diante da exposição aos ruídos.

Contudo, além de ter atenção com fatores ambientais, o controle da hipertensão também é fundamental. Para isso, deve-se focar no diagnóstico precoce e na adesão ao tratamento. Quando diagnosticada tardiamente, já podem ser encontrados problemas sistêmicos.

Por outro lado, se as alterações forem percebidas em tempo hábil, o comprometimento é menor e o tratamento é mais efetivo. Seja por meio de medicamentos, seja pela mudança de hábitos, seja pela menor exposição aos ruídos externos, tudo isso contribui para uma menor degeneração das estruturas do sistema auditivo.

Concluímos, enfim, que hipertensão e perda auditiva são duas condições que podem estar associadas, sendo que tal relação é ainda mais forte considerando o envelhecimento populacional e o aumento de doenças crônicas. Sendo assim, a detecção precoce de ambas auxilia no tratamento adequado e evita com que as complicações de cada morbidade afetem diretamente a qualidade de vida de quem as apresenta.

Agora que você já sabe a relação entre hipertensão e perda auditiva, que tal entender como a diabetes também se associa ao quadro?

Deixe um Comentário