Zumbido no ouvido: saiba o que é e por que não ignorá-lo

Aparelhos Auditivos

O zumbido no ouvido é um problema clínico que causa desconforto significativo no paciente. Muitos se irritam com esse sintoma, perdem a concentração para as atividades diárias e têm dificuldades para dormir.

Sabe-se que os problemas auditivos podem ser congênitos, isto é, presentes ao nascimento, ou surgirem ao longo da vida, por diversas causas e em todas as idades. Seja qual for à razão, eles costumam causar incômodo e atrapalhar o dia a dia de quem os tem, além de, muitas vezes, gerarem um risco de perda auditiva.

Sendo assim, imagine passar o dia inteiro ouvindo um barulho que não existe? Muito incômodo, não é? É o que sentem diversas pessoas que apresentam zumbido no ouvido, um sintoma que pode estar relacionado com vários problemas de saúde.

Por isso, no texto de hoje, traremos várias informações importantes sobre o zumbido no ouvido e porque ele não deve ser ignorado. Acompanhe!

O que é o zumbido no ouvido?

O zumbido no ouvido também é conhecido como acufeno, tinnitus ou tinido. Ele pode ser definido como uma ilusão auditiva, isto é, a pessoa ouve um barulho e tem uma sensação sonora que não está relacionada com um estímulo externo. Resumindo, ela ouve algo que não é escutado ou percebido por outras pessoas ao seu redor.

Os sons podem incluir toques, zumbidos, cliques e ruídos diferentes, que podem ser contínuos ou intermitentes. O problema pode atingir apenas um ouvido ou os dois. Entre outros sintomas que podem se manifestar estão:

  • mudança do som de um ouvido para o outro, com intensidade e volume diferentes;
  • sons em apenas um ouvido ou sendo escutados pelos dois ao mesmo tempo.

O zumbido que existe sem uma fonte externa é o subjetivo, resultado de sinais nervosos aberrantes no nervo auditivo, que levam a percepção sonora até o córtex auditivo (parte do cérebro responsável pela captação e interpretação dos sons).

Existe outro tipo de zumbido, o objetivo. Ele é muito mais raro (5% dos zumbidos) e diz respeito aos ruídos fisiológicos ou fisiopatológicos que a pessoa ouve do próprio corpo. Podem ser provenientes de ruídos cardíacos ou circulatórios, ruídos musculares devido a contrações anormais de músculos, entre outros.

Pesquisas realizadas na Europa demonstraram que entre 13 a 15% da população sofre ou já sofreu com zumbido no ouvido. Logo, trata-se de um problema auditivo relativamente comum e que deve ser informado à população para que as pessoas busquem ajuda especializada.

Quais são as causas do zumbido?

Especialistas apontam que o surgimento do zumbido é causado por algum tipo de lesão neural que afeta o caminho auditivo (entre o nervo auditivo e o cérebro) e prejudica a capacidade de ouvir da pessoa. Geralmente, esse distúrbio é causado por problemas em alguma das partes do ouvido, mas o zumbido pode também ser gerado por outros motivos.

Alguns fatores de risco associados com o zumbido são:

  • exposição prolongada a sons superiores a 85 decibéis;
  • inflamações e infecções recorrentes no ouvido médio;
  • problemas cardiovasculares, que afetam o fluxo de sangue e podem prejudicar a irrigação do ouvido, como hipertensão arterial e diabetes;
  • infecções respiratórias (maior risco de acometimento do ouvido, devido à comunicação com a faringe);
  • tumor no cérebro que afeta o nervo auditivo;
  • otosclerose (endurecimento dos ossos do ouvido);
  • uso de drogas ou consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
  • ansiedade aguda, depressão ou insônia;
  • presbiacusia (perda auditiva relacionada com a idade avançada);
  • acúmulo de cera no ouvido;
  • uso excessivo de medicamentos que afetam a circulação de sangue do ouvido (ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios e antibióticos);
  • deficiência crônica dos glóbulos vermelhos (anemia).

Após a exposição a sons muito altos, como em festas ou shows, a pessoa pode apresentar o zumbido por algumas horas, mas ele costuma cessar com o passar do tempo. O problema se instala quando essa percepção do zumbido perdura por alguns dias ou meses, sendo recomendada a ajuda médica especializada.

Como é a abordagem do paciente com zumbido?

O número elevado de causas e fatores de risco associados faz com que, na maior parte das vezes, o zumbido necessite de mais de um tipo de tratamento. Primeiramente, é importante buscar a razão principal para que ela seja controlada e não volte a causar o problema.

O zumbido pode afetar a concentração, o sono e o equilíbrio emocional de quem o apresenta. É de extrema importância que o paciente perceba a alteração e procure um especialista o mais precocemente possível para que o tratamento seja iniciado.

O ideal é que a pessoa acometida com o problema seja acompanhada por uma equipe multidisciplinar, formada por médico otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, dentista e outros profissionais necessários, já que se refere a um sintoma de causa multifatorial.

Algumas vezes, o zumbido é transitório e não precisa de tratamento específico, porém, em outros casos, pode ser difícil de controlar e até irreversível.

Quais são as principais opções terapêuticas?

O tratamento é baseado na terapia medicamentosa, escolhida a partir da causa identificada ou provável do problema. Incluem relaxantes musculares, vasodilatadores, anticonvulsivantes e ansiolíticos, que são usados individualmente ou combinados.

No entanto, é fundamental associar o tratamento medicamentoso a algumas recomendações clínicas, para evitar a recorrência ou o agravamento do sintoma, caso o paciente não faça a adesão correta da terapia.

Algumas medidas gerais utilizadas são:

  • aconselhamento terapêutico, para aprender a controlar o estresse e as emoções relacionadas aos sons do zumbido e alcançar a fase de habituação do zumbido, quando ele ainda está presente, mas não incomoda mais o paciente;
  • estratégias de enriquecimento sonoro para “disfarçar” o som do zumbido, com o uso de sons neutros, estáveis e de baixa intensidade (sons ambientais e da natureza).

Outra terapia bastante difundida é o uso de geradores de som, aparelhos auditivos convencionais ou combinados, que visam estimular a via auditiva e reduzir a hiperatividade neural, que é o que causa o aparecimento do zumbido.

É importante também focar nas medidas que previnem o agravo do zumbido e o seu reaparecimento após a cura, como:

  • evitar ruídos muito altos e por tempo prolongado (utilizar proteção auditiva, quando necessário);
  • não utilizar cotonetes com frequência, pois a cera protege o canal auditivo;
  • evitar o uso de medicamentos sem prescrição médica, o consumo de álcool excessivo e o uso de drogas;
  • investir em formas de fortalecer a imunidade e evitar infecções, por meio da alimentação saudável e da prática de exercício.

Qual a relação do zumbido com a perda auditiva?

É importante destacar que o zumbido não tem a capacidade de causar perda auditiva, pois ele é apenas um sintoma, uma manifestação de que algo não vai bem. Por outro lado, ele é, muitas vezes, causado por uma perda auditiva em algum grau.

Dessa forma, torna-se necessária a procura por ajuda médica desde o início dos sintomas, a fim de poder investigar a existência de perda auditiva e suas causas. O problema, quando diagnosticado e tratado no início, tem mais chances de recuperação e cura, com um enorme ganho de qualidade de vida para o paciente.

Muitas pessoas demoram em procurar ajuda ou, até mesmo, nem procuram, por acharem que é um problema “bobo”, que não merece atenção. Pelo contrário, o zumbido no ouvido é um problema auditivo sério, que requer acompanhamento especializado e tratamento precoce.

Como evitar o surgimento do zumbido?

Algumas medidas podem evitar o surgimento do zumbido e devem ser aplicadas principalmente nas pessoas que estão sujeitas a esse problema, como é o caso daquelas com diagnóstico de perda auditiva, exposição contínua a ruídos altos ou problemas emocionais e de dependência química.

Sendo assim, sugere-se que os indivíduos evitem a permanência em lugares barulhentos, controlem a ansiedade diária com métodos de relaxamento e atividades de prazer, além de fazerem exames otológicos regulares.

Outro ponto que influencia positivamente na saúde auditiva é o hábito de se alimentar de forma saudável e utilizar medicamentos conforme a prescrição médica, principalmente àqueles com potencial ototóxico.

É possível levar uma vida normal com zumbido no ouvido?

Como se trata de um sintoma, é preciso avaliar sucintamente as principais causas, modificar hábitos auditivos nocivos e utilizar adequadamente os medicamentos prescritos pelo especialista clínico.

Além disso, em alguns casos, é possível conviver com o zumbido, percebendo minimamente esse sintoma ou utilizando técnicas de distração, para que os pacientes não sintam continuamente esse problema.

A partir dessas recomendações — e do uso do aparelho auditivo, quando necessário —, é possível manter uma vida normal, sem prejuízos para as atividades diárias e profissionais, desde que o indivíduo evite os fatores que agravam esse problema.

O que dizer sobre a Terapia Notch e a eliminação do zumbido?

Devido às constantes queixas diante desse problema crônico e da intensidade desse sintoma para alguns indivíduos, novas terapias surgiram para controlar ou eliminar definitivamente esse desconforto.

Esse é o caso da Terapia Notch, que  reduzir o incômodo dos chamados zumbidos tonais (aqueles percebidos continuamente) ou, até mesmo, eliminá-los por completo. A proposta é reduzir o aumento de estimulação em determinada faixa de frequência e assim reorganizar o córtex auditivo.

O zumbido no ouvido é um problema que causa desconforto e pode alterar o estado emocional de muitas pessoas que convivem com ele, deixando-os mais irritados e ansiosos frente a esse estímulo constante. No entanto, ao identificar esse sintoma, é fundamental buscar ajuda médica, analisar as opções terapêuticas disponíveis e evitar comportamentos que podem agradar esse ruído constante nos ouvidos.

E aí, você gostou de saber sobre o zumbido no ouvido? Então, para se inteirar ainda mais sobre o assunto, baixe agora nosso e-book Manual contra o zumbido no ouvido: tudo o que você precisa saber.

Deixe um Comentário