Como cuidar de alguém com perda de audição?

Aparelhos Auditivos

O envelhecimento natural é uma das principais causas da perda de audição. A pessoa que passa por esse problema vê a sua qualidade de vida diminuir, afinal, deixar de ouvir sons — seja de forma parcial ou total — muda radicalmente as relações sociais. Muitas vezes, a consequência da perda auditiva é um indivíduo triste e excluído da sociedade.

Nesse contexto, a família tem um papel primordial. É ela quem deverá resgatar a autoestima e a confiança do idoso. Entretanto, sabemos que nem sempre é fácil lidar com os pais, avós e outros conhecidos que estão passando por essa situação.

Pensando nisso, preparamos este artigo para te ajudar a cuidar da pessoa que está perdendo a audição da melhor forma. Você vai saber o que fazer nesses casos, como conversar com ela, além de conferir diversas dicas úteis. Acompanhe conosco!

Leve o idoso para uma avaliação médica

Se algum familiar não está ouvindo corretamente, o primeiro passo é levá-lo a um especialista que vai analisar o estado da audição e apresentar os possíveis tratamentos.

Geralmente, o diagnóstico é feito por um otorrinolaringologista ou audiologista (fonoaudiólogo) após alguns exames. Cada um dos especialistas têm uma função específica, conheça-as:

  • otorrinolaringologista: é o médico que poderá dar o diagnóstico e propor o tratamento ao paciente que apresenta perda auditiva;
  • fonoaudiólogo: é o responsável pela avaliação, identificação e prevenção dos problemas auditivos. Geralmente, é ele quem coloca os aparelhos nos ouvidos.

Para facilitar a análise dos médicos, recomendamos chegar ao consultório com uma lista de sintomas que o paciente, os familiares e conhecidos têm notado. Além disso, é importante que o idoso diga se já realizou trabalhos em que precisou se expor a ruídos.

Após algumas perguntas e exames, o especialista deverá indicar o grau e o tipo de perda de audição, além de apresentar os tratamentos disponíveis. Atualmente, o idoso pode ganhar qualidade de vida com o uso de aparelhos auditivos, por exemplo.

Por meio de um microfone instalado no aparelho, esses dispositivos eletrônicos têm a capacidade de amplificar os sons do ambiente, fazendo com a pessoa consiga ouvi-los.

Tenha cuidado ao falar com a pessoa com perda auditiva

Após realizar a avaliação médica, chegou o momento de modificar alguns hábitos do dia a dia a fim de tornar a sua relação com o idoso mais agradável. O primeiro passo é parar de gritar ou falar alto demais — acredite, essa “técnica” não é nem um pouco eficaz!

O ideal é falar pausadamente, olhando bem na face da pessoa que perdeu a audição. Além disso, procure conversar em ambientes com poucos ruídos e distrações visuais.

O uso de gestos também pode ser bastante eficiente — nesse caso, o local deve contar com uma boa iluminação natural ou artificial. No entanto, não é necessário parecer um mímico, ok? Tente tornar o momento da conversa o mais natural possível.

Além dessas, existem outras dicas que podem ser úteis. Confira:

  • evite falar com alimentos na boca (como chicletes, por exemplo);
  • olhe atentamente para o idoso enquanto fala (eles conseguem captar informações por meio da movimentação dos lábios);
  • seja direto e evite frases longas demais;
  • repita suas ideias principais na conversa usando palavras diferentes com significados iguais;
  • se for preciso, peça para que a pessoa repita o que você disse para ter certeza que ela entendeu tudo;
  • use figuras, listas de palavras, gestos e outros recursos se julgar necessário.

Coloque-se no lugar da pessoa com perda auditiva

Um estudo feito na Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, constatou que 57% dos idosos com perda auditiva não tratada estão mais suscetíveis à depressão.

Por isso, é comum as pessoas com perda auditiva não sentirem mais vontade de ir a aniversários, comemorações ou, até mesmo, à padaria. Isso é sinal de que ela sente-se incapacitada, triste ou que tem receio de passar por situações constrangedoras.

Nesses momentos, o ideal é não forçar o idoso a nada. Se ele não quer ir a algum lugar, respeite-o e demonstre apoio. O que você pode fazer é incentivá-lo a procurar ajuda, já que com um tratamento adequado a pessoa com perda de audição pode ter uma qualidade de vida excelente.

Além disso, procure adaptar os seus programas para a nova realidade do idoso. Tente lembrar do que ele gostava de fazer (andar na praça, brincar com bichinhos de estimação, jogar baralho etc.), crie ambientes descontraídos e integre-o à família.

Mesmo que ele não sinta vontade de conversar, conte as novidades e pergunte sobre o dia dele também. Isso fará com que ele enxergue que ainda é capaz de conviver socialmente. Se nada disso resolver, considere pedir auxílio a um psicólogo.

Tenha paciência

Ao lidar com um indivíduo com perda auditiva, o segredo é ter paciência. Por isso, não se irrite se ele falar “hã” diversas vezes. Lembre-se de que um dia pode ser você.

Se for preciso, repita a frase quantas vezes for necessário para que o idoso a entenda. Caso isso não aconteça, recorra a gestos, bilhetes ou outros recursos. O mais importante é que ele compreenda o que está sendo dito e que a comunicação aconteça.

O momento da avaliação médica também merece atenção especial. Pode ser que ele apresente resistência nesse momento, mas seja firme e mostre como é importante — e como a qualidade de vida pode melhorar — após um tratamento adequado.

Após a aquisição de um aparelho auditivo, tenha em mente que existe a fase de adaptação. Durante esse período, é normal que o idoso precise comparecer às consultas de acompanhamento. Seja paciente e mostre-se disposto a ir junto ao consultório.

Além disso, lembre-se de que existem diversos modelos de aparelhos no mercado. Desse modo, é possível que o familiar precise testar alguns a fim de descobrir qual se adapta melhor ao seu caso.

É sempre aconselhável optar por fabricantes que oferecem o período de teste — que geralmente dura alguns meses — gratuitamente. Desse modo, você só paga pelo aparelho quando o idoso estiver completamente adaptado à nova vida.

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