Por que sentimos pressão no ouvido dependendo da altitude?

Aparelhos Auditivos

Se você já viajou para um local onde foi preciso subir ou descer uma serra, com certeza sentiu uma pressão no ouvido. Mas calma, isso não é exclusivo de viagens com essa característica no trajeto.

Na verdade, qualquer mudança de altitude pode gerar esse incômodo nos ouvidos. Claro, a compressão ou aperto é bem mais perceptível quando a variação de altitude é maior. Entretanto, até mesmo um mergulho pode causar o mesmo fenômeno.

O que muitos não sabem é por que isso ocorre e, principalmente, o que fazer para evitar a pressão no ouvido. Por isso, preparamos este artigo para explicar tudo. Confira!

Conheça um pouco da anatomia

Para entender o que provoca a pressão no ouvido, é preciso conhecer um pouco sobre as estruturas do sistema auditivo. Primeiro, saiba que vamos lidar com três partes importantes: orelha externa, média e interna.

A orelha externa vai além do pavilhão auditivo, é a estrutura onde são colocados brincos e piercings. Ela também envolve o conduto auditivo, ou seja, onde algumas pessoas colocam o cotonete.

Já a orelha média é separada da externa pela membrana timpânica. Essa membrana é conectada aos chamados ossículos do ouvido. Então, todo estímulo sonoro provoca vibrações no tímpano, as quais são transmitidas por meios dos ossículos.

Essa transmissão é feita para a orelha interna. Nela estão alojados o vestíbulo e a cóclea. A primeira estrutura está diretamente relacionada com o equilíbrio. Já a cóclea tem relação com a audição.

Outro detalhe importante é que a orelha média apresenta uma conexão com a nasofaringe. Quem faz essa comunicação é a tuba auditiva, que apresenta uma abertura em cada extremidade. É por meio dela que o ar entra e sai do ouvido.

A importância de conhecer essa parte anatômica é para saber que, se a boca está fechada, a tuba auditiva também estará. Isso impede a circulação do ar entre as estruturas conectadas.

Veja o que a altitude provoca no ouvido

Veja o que a altitude provoca no ouvido

A revisão da anatomia já está feita, mas, agora, precisamos relembrar um conceito básico: pressão atmosférica. Basicamente, basta pensar que o ar exerce uma pressão sobre tudo que existe na Terra.

Para entender onde a pressão é maior ou menor, é só imaginar a existência de uma coluna de ar sobre determinada região. Então, no alto de uma serra, a pressão será mais baixa do que na parte mais baixa dela.

Isso acontece porque a coluna de ar sobre a base é bem maior do que sobre o cume. Vale pensar o mesmo para regiões abaixo do nível do mar. Nelas, a pressão é ainda maior.

Diante dessa variação de altitude, pode ser que haja um desbalanço entre as pressões do ouvido e a atmosférica. Isso pode provocar perda parcial da audição ou aquela sensação de entupimento auditivo.

Tudo isso porque o desequilíbrio pressórico prejudica o tímpano e, também, o funcionamento da tuba auditiva. Então, ao subir uma serra, a pressão externa diminui progressivamente. Isso “empurra” o tímpano para fora.

O contrário também é verdadeiro. Logo, ao descer uma serra, a pressão externa aumenta. Isso faz com que o tímpano seja “empurrado” para dentro. É a tuba auditiva que tenta equilibrar toda essa variação.

Saiba como aliviar a pressão no ouvido

Certo, com tudo explicado, vamos apenas chegar às conclusões. A tuba auditiva consegue equalizar as pressões quando permite a passagem de ar pelo ouvido. Esse ar pode entrar ou sair, de acordo com as condições.

Contudo, a passagem só ocorre quando a boca está aberta. Por isso, é importante que a pessoa faça alguns exercícios ou ações simples que amenizam muito o desconforto no ouvido. O ponto-chave é obrigar a tuba a trabalhar.

A maneira mais simples é mascar um chiclete. Os movimentos mastigatórios e repetitivos aliviam bastante o desequilíbrio de pressão. Além disso, outra boa maneira é bocejar ou, até mesmo, beber água.

Também existe uma manobra chamada Valsalva. Na prática médica, é muito conhecida. Basta fazer uma expiração forçada, porém, mantendo a boca fechada e prendendo o nariz. É como se você forçasse o ar a sair, mas impedisse a saída dele.

Apesar de termos citado bastante as serras, não podemos esquecer que é um fenômeno muito comum em viagens de avião. Seja na decolagem, seja no momento do pouso, a pressão e o barulho podem incomodar bastante durante determinado prazo.

Não se esqueça: mergulhos também causam isso! Quanto mais profundo for, maior será a pressão externa exercida sobre o tímpano.

Entenda os riscos envolvidos

Por último, vamos conversar sobre o risco disso tudo. Claro, é uma situação desconfortável, que pode incomodar bastante e, de certa forma, atrapalhar uma viagem. Mas, em casos mais graves, os problemas podem ser mais prejudiciais.

Nesse caso, estamos falando do chamado barotrauma, ou seja, lesões provocadas pela pressão. Esse desequilíbrio, além de incomodar, começa a afetar sistemas importantes, sobretudo o auditivo.

Assim, sintomas como zumbidos ou perda da audição, mesmo que temporária, não são incomuns. A dor no ouvido ou a sensação de entupimento também costumam ser relatadas. Mas será que são apenas aspectos auditivos?

Não! Em casos mais graves, também há acometimento da parte vestibular. Lembra-se do vestíbulo na orelha interna? Pois é, como ele é responsável pelo equilíbrio, caso seja acometido, pode provocar as chamadas tonturas ou vertigens. Ainda falando sobre casos graves, existe o risco de ruptura do tímpano.

Por fim, em crianças, o risco é maior, pois a tuba é mais estreita. Outra condição que prejudica ainda mais o funcionamento da tuba é o quadro de rinite, que dificulta o equilíbrio pressórico.

Em suma, mostramos que a pressão no ouvido não é uma doença em si, apenas uma tentativa do corpo de se adaptar às condições ambientais. De fato, pode incomodar bastante, mas nunca se esqueça das dicas que demos para aliviar a sensação. Lembre-se, ainda, de ter atenção à gravidade do caso. Se os sintomas indicarem um quadro mais grave ou durarem mais tempo que o esperado, consulte um profissional da saúde.

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