A perda auditiva consiste na incapacidade total ou parcial de escutar os sons ambientes. Ela pode estar presente ao nascimento, ou surgir durante a infância, vida adulta ou terceira idade. O seu diagnóstico é feito pelo médico otorrinolaringologista após a realização de consulta e de exames específicos para avaliar a audição.
A partir da investigação, é possível identificar também as possíveis causas para o problema e ter uma atuação direcionada. Para que você entenda melhor sobre o assunto, elaboramos este texto sobre o diagnóstico de surdez. Confira!
Como é feito o diagnóstico de surdez e perda auditiva?
O primeiro passo para o diagnóstico de surdez e perda auditiva consiste na identificação dos primeiros sinais de que algo não vai bem com a audição. Para isso, é importante que a própria pessoa esteja atenta a mudanças no seu padrão de escuta, ou que as pessoas a sua volta percebam essas alterações.
É possível identificar os primeiros sinais de perda auditiva em crianças e adultos. Os adultos passam a não compreender o que é dito pelos outros, aumentar o volume de televisões e rádios, não conseguir se comunicar em ambientes ruidosos.
Já nas crianças que nascem com o problema, os sinais são identificados ao longo do seu desenvolvimento, normalmente até os 3 anos de idade. Um bebê de 4 meses, que já deveria responder a estímulos sonoros, não vira a cabeça quando é chamado pela mãe. A criança um pouco maior passa a ter dificuldades com a fala, linguagem e dificuldades educacionais.
O paciente ou seus familiares que perceberem esses sinais, devem procurar o médico otorrinolaringologista. Durante a consulta, o médico realiza uma entrevista e um exame físico, a fim de detectar possíveis fatores de risco para o desenvolvimento de perda auditiva. As principais perguntas feitas pelo médico durante a avaliação incluem:
- Quais são os sinais de perda auditiva?
- Há quanto tempo surgiram?
- Existem casos de perda auditiva na família?
- A pessoa apresentou alguma doença nos últimos tempos ou possui uma crônica?
Porém, a entrevista e o exame físico não são suficientes para fechar o diagnóstico de surdez e perda auditiva. O médico solicita também exames específicos, listados a seguir.
Audiometria tonal
A audiometria é considerada um dos principais exames no diagnóstico de surdez e acompanhamento de perda auditiva e deve ser realizada de forma rotineira, não apenas quando surgem problemas na audição.
O principal objetivo do exame é o de detectar o tipo e grau de perda auditiva. Ele é realizado pelo profissional fonoaudiólogo e dura cerca de 30 minutos. O paciente fica em uma cabine especial enquanto alguns sons lhe são apresentados por meio de um fone e um vibrador ósseo. Ele deve apertar os botões da cabine para indicar que percebeu algum som.
Tais sons são emitidos em diversas frequências, o que permite que o grau da perda seja identificado.
Audiometria vocal
A audiometria vocal é realizada da mesma forma que a audiometria tonal, porém ela tem o objetivo de identificar a capacidade de compreensão da fala pelo paciente. Durante o exame, a pessoa deve demonstrar a sua percepção e compreensão do que é falado pelo profissional examinador.
Existe ainda uma modalidade diferenciada de audiometria, a audiometria infantil. O exame avalia as mesmas variáveis da comum, porém isso é feito a partir de interações lúdicas entre o examinador e a criança. Dessa forma, ela se envolve no ambiente do teste e os resultados são mais fidedignos.
Audiometria de tronco encefálico
Um outro tipo de audiometria com resultados mais detalhados é a audiometria de tronco encefálico, também conhecida como Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Cerebral ou BERA. Seu principal objetivo é o de avaliar a integridade das vidas auditivas (da orelha interna até o córtex cerebral).
Ele é indicado especificamente para a identificação de problemas no nervo auditivo e para estimar o limiar auditivo. Pode ser realizado em adultos e crianças.
O exame é feito a partir da colocação de eletrodos por trás das orelhas, que registrarão a atividade elétrica do nervo auditivo e do tronco encefálico em resposta a estímulos sonoros ouvidos por um fone.
Triagem auditiva neonatal
A triagem auditiva neonatal faz parte do programa de triagem neonatal e tem o objetivo de identificar precocemente a perda auditiva em recém-nascidos que nascem com o problema. Ela deve ser realizada ainda na maternidade antes da alta do bebê e da mãe, entre 24 a 48 horas de vida da criança.
O exame consiste no registro da energia sonora gerada pela cóclea em resposta a sons que são emitidos no conduto auditivo externo do bebê.
Se o bebê apresentar falha no EOAE, ou se tiver indicadores de risco, o exame indicado é o BERA. Tais indicadores de risco para a perda auditiva no recém-nascido são:
- histórico de perda auditiva congênita na família;
- permanência por mais de 5 dias em unidade de terapia intensiva neonatal;
- infecções congênitas;
- síndromes genéticas;
- distúrbios neurodegenerativos;
- anomalias do crânio que envolvem orelha e osso temporal.
Impedanciometria
A impedanciometria também pode ser chamada de imitanciometria ou timpanometria, e é um exame complementar para o diagnóstico de surdez e perda auditiva. O seu objetivo é o de avaliar a complacência da membrana timpânica, isto é, a sua flacidez ou rigidez em resposta aos estímulos sonoros. Avalia também os ossículos do ouvido médio.
Esse exame avalia as condições gerais da orelha média e é utilizado para confirmar a coerência com a audiometria tonal. É feito por meio de um fone de ouvido que é colocado no paciente.
Exames de imagem
Podem ser solicitados exames de imagem para o detalhamento de estruturas ósseas da cabeça, estruturas membranosas do ouvido e investigação de doenças intracranianas relacionadas com a perda auditiva. Podem ser solicitadas a ressonância magnética ou a tomografia computadorizada, de acordo com o que quer ser investigado.
O que deve ser feito após o diagnóstico de surdez?
O diagnóstico de surdez e perda auditiva busca identificar o tipo e o grau da perda e suas causas, fatores que serão determinantes na definição do tratamento. A pessoa que é diagnosticada com perda auditiva deve ser acompanhada por uma equipe multiprofissional, incluindo médico otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, psicólogo e pedagogo no caso de crianças em fase escolar.
O médico otorrinolaringologista faz o diagnóstico e determina os tratamentos principais de acordo com a causa. Se for recomendado o uso de aparelhos auditivos convencionais ou implante coclear, o paciente é encaminhado para o fonoaudiólogo. Ele é o responsável por avaliar a perda auditiva e recomendar o aparelho ideal.
A família e os amigos representam um papel importante na aceitação do diagnóstico de surdez e apoio ao paciente. O ideal é que a perda auditiva seja detectada precocemente para que o tratamento possa ser iniciado.
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