Saber como funciona o aparelho auditivo é o primeiro passo para que o usuário entenda a necessidade de utilizá-lo, retome suas atividades diárias e tenha mais qualidade de vida.
Além disso, o acompanhamento contínuo de especialistas pode detectar anormalidades em estágio inicial e apontar as principais condutas antecipadamente, de forma a preservar a saúde do sistema auditivo.
Quer entender os mecanismos da audição e como funciona o aparelho auditivo? Com essas informações você poderá auxiliar seus pais, amigos ou familiares que enfrentam essa dificuldade. Então, continue a leitura e descubra!
Como funciona a audição?
Ouvir é um dos sentidos humanos que serve para identificar situações perigosas, melodias encantadoras e ajudar nos processos complexos de aprendizagem. Por meio dos ouvidos, podemos entender o mundo que nos cerca e nos adaptar a ele.
A audição perfeita depende da atuação de três regiões principais: ouvido interno, médio e externo. Esse último é representado pela orelha, que no meio científico é conhecida por pavilhão auditivo.
Sendo assim, o som entra pelo pavilhão auditivo e vibra os pequenos ossículos (bigorna, martelo e estribo) que se encontram no ouvido médio. Posteriormente, as ondas sonoras provocam excitação das células situadas no ouvido interno, que enviam informações ao córtex auditivo.
O caminho sonoro pode ser interrompido por diversas situações e, dependendo do local acometido, as classificações são diferentes. Nesse sentido, é possível detectar os problemas auditivos, mais conhecidos como surdez.
O que acontece no sistema auditivo quando há perda de audição?
O indivíduo perde a audição se uma das partes do ouvido for afetada. No caso do ouvido externo, as principais causas são infecciosas, gerando um volume de fungos ou bactérias que impedem a entrada do som.
A otite média tem como causa algumas doenças, tais como sinusite (inflamação dos seios da face) ou amigdalite de repetição. Isso acontece porque existe um canal que se comunica com o nariz, garganta e ouvido, e quando uma infecção começa em um desses órgãos, ela pode se espalhar para os demais.
A calcificação dos ossículos que compõe a orelha média também é uma causa frequente de surdez. Nesse caso, esses ossículos não vibram e, com isso, deixam de enviar a informação sonora para a cóclea.
Por fim, o envelhecimento é a principal causa de surdez que acomete a orelha interna. Isso acontece devido a uma perda gradativa das células ciliadas que são importantes para captar, amplificar e transformar o som para ser processado no córtex auditivo.
Como funciona o aparelho auditivo?
Os aparelhos auditivos evoluíram significativamente — garantindo um maior número de adeptos —, assim como os procedimentos de cuidados obrigatórios, que diminuíram bastante, podendo ser realizados por qualquer pessoa.
Essas tecnologias são compostas por microfone, amplificador e receptor. A primeira parte é responsável por fazer a captação do som, enquanto a segunda aumenta a percepção sonora para que o receptor transforme as informações elétricas em som.
Como existem diversos tipos de aparelhos, é fundamental a análise audiométrica realizada pela fonoaudióloga, garantindo o produto mais adequado para cada paciente, visto que as características fisiológicas do indivíduo também devem ser consideradas.
Quais são as principais partes de um aparelho auditivo?
Existem diversos modelos de aparelhos auditivos, sendo alguns mais simples e que necessitam de pilhas, enquanto outros mais modernos usam baterias com duração de longo prazo. Nesse caso, a decisão pela aquisição desse item dependerá da avaliação médica e do custo. No entanto, todos os instrumentos auriculares de escuta ativa são compostos por alguns destes componentes e têm as seguintes funções:
- microfones — são pequenos fones que captam os ruídos mais ao fundo, capturando o som e transmitindo para outro componente chamado processador;
- processador — após a captação, a informação sonora é convertida em sinais elétricos que são direcionados ao amplificador;
- amplificador — serve par aumentar a sensibilidade do som e está conectado aos alto-falantes que serão transmitidos para o ouvido interno por meio de diversos tipos de moldes e o fio que chegará dentro da orelho;
- bateria ou pilha — dependendo da versão do aparelho, o funcionamento ocorre por meio de pilhas ou baterias recarregáveis.
No ouvido interno, os impulsos auditivos chegarão ao córtex auditivo, região cerebral que interpretará esse processo, o que resultará na capacidade de ouvir. A partir daí, a pessoa conseguirá discriminar os sons, interagir com seus familiares e colegas de trabalho e aproveitar melhor a vida.
No caso dos aparelhos que usam pilhas, é importante que o indivíduo perceba, com o passar do tempo, quando chega a hora de trocar. Já os aparelhos que utilizam bateria costumam durar quase que o dia todo antes de precisar recarregar, o que pode ser uma vantagem para os indivíduos.
Ressalta-se que existem aparelhos auditivos indicados para os diferentes tipos de surdez, mas todos necessitam desses componentes para que o caminho sonoro seja adequado e melhore a capacidade auditiva do indivíduo.
Por que considerar um aparelho auditivo?
A perda da audição é um processo progressivo e, por isso, quanto antes iniciar o uso do aparelho auditivo, melhor. Isso porque, com o uso dessa tecnologia, os circuitos cerebrais são estimulados continuamente.
Assim, o paciente percebe o som de forma mais audível e entende os estímulos que estão a sua volta, seja como palavras, seja como melodias, agilizando a retomada da percepção sonora.
Além disso, existem aparelhos discretos e muito modernos, o que facilita a adesão do paciente aos dispositivos.
Quando usar o aparelho auditivo?
Uma vez que esse instrumento tenha sido previamente indicado e discutido com o profissional clínico, é fundamental se atentar aos cuidados durante o uso para aproveitar os benefícios da escuta. Nesse sentido, os indivíduos devem higienizar previamente as mãos com água corrente e sabão antes de inserir o aparelho atrás da orelha. Em seguida, certifique-se de que o artefato ficou bem encaixado para evitar machucados durante o dia.
O ideal é que o paciente adapte o aparelho no período da manhã, de preferência após o banho matinal e somente o retire quando for se deitar ou se forem realizar atividades aquáticas durante o dia. Esse processo ajuda na adesão da rotina de sempre colocá-lo e retirá-lo no mesmo horário. Veja aqui quais são as outras atividades diárias que necessitam do uso do aparelho.
Durante o expediente de trabalho
Os indivíduos que precisam usar o aparelho auditivo devem fazê-lo em todas suas atividades, principalmente naqueles serviços que carecem de atenção, concentração e comunicação com seus colegas, como atividades de escrita e desenvolvimento operacional. Além disso, é importante usá-lo em reuniões de trabalho, almoço de negócios, treinamentos de novas rotinas, atividades repetitivas que são condicionadas por som, trabalhos manuais e alimentícios etc.
Nos contextos escolares
Existe uma forte relação entre depressão e perda auditiva, por isso, é essencial avaliar se capacidade de ouvir não interfere nos comportamentos sociais e afetivos dos indivíduos. Nesse caso, é importante saber como funciona um aparelho auditivo e usá-lo conforme informações médicas e do fabricante.
Além disso, é preciso ajustá-lo para aperfeiçoar o processo de aprendizagem tanto na pré-escola quanto na faculdade. A habilidade em ouvir complementa os demais sentidos e garante a consolidação dos ensinamentos que os professores e tutores repassam no ambiente escolar para os indivíduos durante as aulas.
Nas atividades recreativas
Existem algumas situações em que o uso do aparelho auditivo é necessário, como em algumas atividades recreativas e esportivas. No entanto, naquelas que envolvem respingos de água ou em ambientes de ruídos muito altos, não é recomendado.
Dessa forma, é importante usar o aparelho para fazer esportes coletivos como vôlei, basquete ou individuais como corridas, caminhadas, crossfit, dentre outras, desde que não haja incômodo para a pessoa. Nas atividades recreativas é possível usar o aparelho auditivo para facilitar a interação com as pessoas e aproveitar os momentos. Nessas situações se enquadram as viagens, excursões, visitas a museus etc.
Quais são as novas tecnologias dos aparelhos auditivos?
Assim como toda a área da tecnologia, os aparelhos auditivos estão em constante evolução. Dessa forma, os novos modelos do mercado permitem mais versatilidade e conforto para o usuário.
A mudança mais notável — que faz toda a diferença — é em relação ao tamanho dos aparelhos. Há alguns anos, quem usava um aparelho auditivo podia ser notado a distância, já que não tinham customização e cor, e eram muito maiores e pesados. Felizmente, isso mudou!
Dependendo do grau de perda auditiva, é possível utilizar equipamentos muito menores e mais discretos. Além disso, o formato está mais anatômico e confortável, além de permitir que o usuário escolha a cor que desejar.
Outra mudança importante diz respeito à integração dos aparelhos auditivos. Hoje, não importa a sua idade — provavelmente você já aderiu às novas tecnologias, como o uso de smartphones, não é mesmo?
Com isso, os aparelhos auditivos estão cada vez mais adaptados a nova realidade. Alguns deles oferecem, por exemplo, conexão bluetooth com o seu celular. Basta parear os dispositivos para que seja possível ouvir as músicas preferidas no aparelho, como um fone de ouvido.
O smartphone também pode ser usado como um controlador, regulando o volume e as configurações do aparelho. Alguns deles, ainda, se conectam à televisão, funcionando como um alto-falante.
Por fim, mas não menos importante, é que os aparelhos auditivos evoluíram muito também em relação à bateria necessária. Com as novas tecnologias das baterias de lítio, eles podem ser recarregados diariamente.
Quais profissionais procurar para saber da saúde auditiva dos pais?
A saúde auditiva envolve sistemas fisiológicos complexos e, por isso, deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar. Nesse contexto, profissionais clínicos de diversas especialidades são requeridos.
A primeira consulta normalmente é realizada por um otorrinolaringologista, que fará uma anamnese para descobrir as causas da surdez. Em algumas situações, é necessário o encaminhamento para um neurologista ou fonoaudiólogo.
Nesses casos, o neurologista fará uma avaliação das causas da surdez relacionadas ao processamento no córtex auditivo, enquanto o fonoaudiólogo destinará suas atenções para realizar o teste de audiometria.
Em algumas situações a presença do psicólogo ou geriatra pode ser importante para identificar as questões comportamentais que influenciam na efetividade da terapia para surdez.
Como saber de qual aparelho meus pais vão precisar?
Existem diversos modelos de aparelhos auditivos, e a indicação dessa tecnologia deve ser mediada por fatores patológicos e comportamentais. Os primeiros se relacionam ao tipo de surdez que o indivíduo apresenta, enquanto os outros se referem ao grau de independência para realizar as ações cotidianas.
Nesse sentido, é fundamental que o médico, o paciente e a família estejam de acordo com o aparelho auditivo a ser utilizado.
O profissional clínico deverá analisar a capacidade cognitiva e a coordenação motora do idoso. Quando for detectado um grau de dependência significativo em relação à realização das atividades cotidianas, é essencial contar com o apoio da família ou de profissionais da enfermagem para auxiliarem nessa nova atividade.
Como incentivá-los a usar o aparelho?
O uso do aparelho auditivo traz consigo uma série de benefícios que vão desde a compreensão adequada dos estímulos sonoros até a independência para realização das atividades cotidianas.
A utilização correta do aparelho auditivo permite ao usuário a percepção adequada dos sons com características musicais e aqueles com identificação de perigo.
Assim, com a volta da audição, os indivíduos poderão compreender as situações passadas na televisão, tablets e celulares, e conseguirão ficar atentos às atividades que ocorrem ao seu redor.
Portanto, para convencer o seu uso, é importante explicar todos esses detalhes.
Quais cuidados tomar com os aparelhos auditivos?
Para preservar os aparelhos auditivos é necessário incorporar no dia a dia alguns cuidados. Afinal, diferentemente de qualquer outro souvenir, esses equipamentos devem estar presentes diariamente na rotina do usuário. Veja algumas precauções!
Não deixe-o exposto à umidade
Embora alguns aparelhos auditivos já sejam à prova d’água, para a grande maioria dos equipamentos utilizados ainda são necessários cuidados para não os expô-los em ambientes úmidos.
Limpe-o todos os dias
Embora a exposição à umidade seja um problema, isso não é desculpa para descuidar da higienização do aparelho. Lembre-se que o acúmulo de cera pode favorecer o crescimento de bactérias ou interferir nos circuitos internos do equipamento.
Por isso, ter o hábito de higienizá-lo diariamente não é útil apenas para prolongar a utilização do aparelho, mas também para preservar a saúde auditiva e evitar infecções ao usuário.
Sendo assim, ao limpá-lo, use um pano seco ou algodão. Caso alguma peça seja menos acessível, um cotonete pode ser utilizado para remover o excesso de cera ou sujeira.
Coloque-o com cuidado
Uma das principais causas de defeitos e mau funcionamento do aparelho é o dano físico. Colocá-los com muita força ou em posições que provoquem tensão pode favorecer o rompimento de seus materiais. Com o surgimento de equipamentos menores e mais delicados, esse cuidado deve ser reforçado ainda mais.
Saber como funciona o aparelho auditivo e qual é o mais indicado para cada caso são fatores cruciais para as pessoas que procuram ajuda para os idosos que sofrem com a surdez. Além disso, é preciso considerar outras doenças apresentadas pelo indivíduo e dar uma maior atenção ao apoio e participação da família.
Agora que você já sabe como funciona o aparelho auditivo, quais são as principais novidades na área, e como cuidar do equipamento, que tal aprofundar ainda mais o seu conhecimento? Para isso, leia o nosso post explicando como deve ser feito o ajuste desse equipamento!
