A cultura surda é um termo usado para descrever e representar a comunidade das pessoas com algum tipo de deficiência auditiva. Ela é fundamental para o acolhimento e a participação social dos surdos, tanto entre si quanto com o restante da população.
Isso também é essencial para que os indivíduos não se sintam distantes da sociedade e para conseguirem se encontrar em um grupo, se sentindo mais representados. Portanto, essas organizações contribuem significativamente para a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas.
Quer entender mais sobre os tipos de cultura surda e qual a sua relevância? Acompanhe a seguir e confira!
Qual o conceito de cultura surda?
A cultura representa um conjunto de regras, costumes, crenças e particularidades vivenciadas por um grupo de pessoas. A cultura surda surge, justamente, para demonstrar o modo de vida das pessoas com deficiência auditiva, suas diferentes linguagens, características e formas de expressão.
O conceito surgiu no Brasil por volta dos anos 1980, mas a cultura surda é praticada há muito mais tempo no país. Os integrantes se reúnem principalmente em função da língua de sinais, compartilhando padrões de comportamento, experiências, além de valores e crenças.
Um dos maiores objetivos desse movimento é reverter esteriótipos e auxiliar as pessoas surdas a se inserirem em comunidades, para exercitar o lado social e comunicativo. Inclusive, a cultura surda favorece a criação de vínculos e laços entre os indivíduos, permitindo que tenham uma melhor qualidade de vida e bem-estar.
Quais são suas principais características?
A comunidade surda conta com características culturais que são essenciais para a criação de uma identidade surda. Primeiramente, as pessoas usam a Libras para se comunicar e é bastante comum que os surdos recebam sinais, de acordo com seus traços físicos, como forma de diferenciação.
Na cultura surda também há literatura, história, teatro, entre outros elementos que permitem a valorização da língua e o modo de vida das pessoas surdas. As produções culturais e artísticas, por exemplo, ainda funcionam como forma de legitimar politicamente a identidade surda.
Existem outros componentes que são considerados parte da cultura surda, como sensibilidade visual, visão aguçada, uso de tecnologias, entre outros. Tudo isso demonstra que existe, de fato, uma riqueza social entre as pessoas surdas e o fato de não verbalizarem não deve ser um fator de exclusão pelos ouvintes.
Quais são os seus tipos?
Existem diferentes tipos de identidades e culturas surdas que permitem a inclusão dos surdos no universo dos ouvintes. Como há pessoas que perderam parte da audição em algum momento da vida e indivíduos que nasceram com a deficiência, a comunidade surda procura diferenciar essas variadas situações.
As identidades podem ser surdas, surdas híbridas, surdas de transição, surda incompleta e surdas flutuantes. A identidade híbrida, por exemplo, representa as pessoas que nasceram com capacidade auditiva, mas que acabaram, por alguma razão, se tornando surdas.
Já a identidade surda flutuante demonstra as pessoas que foram inseridas na cultura dos ouvintes e que desejam, por inúmeros motivos, se oralizar e integrar ao mundo dos ouvintes. Em geral, os indivíduos desse grupo desprezam a cultura e as próprias comunidades surdas.
Qual a importância da cultura surda?
É justamente dentro da cultura surda que as pessoas se reconhecem e podem exercer uma melhor comunicação e interação com os demais indivíduos. Além disso, por usar principalmente a Libras, as pessoas surdas se expressam com mais facilidade e sem preconceitos dentro desses grupos.
A frequente convivência também exerce influência sobre a forma de pensar e agir, o que pode contribuir para a formação social e também intelectual dos surdos. Isso oferece mais visibilidade, representatividade e reconhecimento à comunidade surda, inclusive no mundo dos ouvintes.
Caracterizar e conhecer a cultura surda ainda é essencial para aumentar o respeito e diminuir o preconceito sobre o modo de vida e interação desse grupo. As políticas de acessibilidade, implementadas em faculdades e escolas, por exemplo, são essenciais para as pessoas surdas serem aceitas e demonstrarem seu potencial.
É papel de toda a sociedade entender e conhecer de forma mais aprofundada, o modo de vida e os costumes da cultura surda. Com isso, os ouvintes podem aprender sobre suas diferenças e passar a respeitar mais seus valores e crenças, além de como se comunicam e interagem entre si.
Por que esse é um tema ainda pouco falado na sociedade?
Mesmo que o tema ainda seja pouco abordado na sociedade como um todo, é fundamental conhecer a cultura surda e suas características. A desinformação acontece principalmente, por conta do preconceito, colocando as pessoas surdas como incapazes ou até mesmo diferenciadas dos ouvintes.
Assim como qualquer outro indivíduo, os surdos contam com as mesmas capacidades cognitivas e intelectuais. Eles são educados, passam pela mesma formação e têm, muitas vezes, alguns sentidos muito mais desenvolvidos que os ouvintes.
Existem, hoje, diversas políticas voltadas para o respeito às minorias, mas ainda é necessário fazer um trabalho de conscientização mais amplo nesse sentido. Até o momento, as pessoas surdas ainda são colocadas em um papel submisso e, muitas vezes, inferior.
A cultura surda surge para contribuir com a quebra do preconceito e, também, para aumentar o respeito com a comunidade das pessoas que apresentam algum grau de deficiência auditiva. Mesmo que o assunto não seja abordado com tanta frequência nos diferentes grupos sociais, é essencial que ele tenha enfoque e seja discutido o máximo possível, até que os indivíduos ganhem a devida visibilidade.
Existem crianças surdas, por exemplo, que se sentem excluídas desde a infância, por não contar com a capacidade de audição totalmente desenvolvida. Entretanto, quando em contato com a cultura surda e com toda uma comunidade de pessoas, elas podem se sentir menos sozinhas e mais apoiadas.
A cultura surda é uma forma de inclusão dos surdos na sociedade, pois os indivíduos podem se apoiar nos grupos, em seus familiares e, também, em empresas e instituições que oferecem facilidades, visando a melhora da qualidade de vida. Consequentemente, as pessoas surdas podem melhorar seu bem-estar e ter maior aceitação da deficiência.
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