A audição é um sentido extremamente importante para todos nós, mas é ainda mais para as crianças. Afinal, a perda auditiva em qualquer nível pode comprometer as habilidades, a socialização e o desenvolvimento cognitivo. Por isso, é preciso estar atento aos sinais que indicam essa deficiência e como escolher o aparelho auditivo infantil adequado.
O diagnóstico precoce e o uso de aparelhos específicos é fundamental para garantir que a criança não tenha problemas de aprendizado nem de interação. Por esse motivo, preparamos este post para que você entenda melhor a importância da audição na infância, os sintomas e causas da perda auditiva e quais os aparelhos mais indicados. Acompanhe!
Quais são os sintomas de perda auditiva nas crianças?
Antes de falarmos sobre os aparelhos auditivos infantis, é importante que você saiba como identificar se uma criança está com algum problema de audição. No Brasil, todos os bebês passam por um exame auditivo ainda na maternidade, chamado Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), popularmente chamado de teste da orelhinha. Esse exame serve para identificar possíveis alterações na audição já nos primeiros momentos de vida da criança.
Ele é totalmente indolor e é realizado por um fonoaudiólogo durante o sono do bebê. Utilizando um aparelho de Emissões Otoacústicas Evocadas, o profissional mede o retorno da estrutura auditiva interna. Se houver qualquer anormalidade, o bebê é encaminhado para exames complementares.
Mesmo que o teste da orelhinha não identifique anormalidades, é possível que a criança ainda desenvolva algum problema com o passar do tempo. Um dos primeiros sinais de que pode haver problema auditivo é quando o pequeno não reage a ruídos extremos e quando não consegue identificar de onde vem determinado som.
Outro sintoma bem característico de perda auditiva infantil é o atraso de desenvolvimento da fala. Isso ocorre porque a criança aprende a falar ouvindo a fala das outras pessoas. Fique atento também às seguintes reações:
- trocas na fala;
- falta de atenção;
- falta de interação social;
- falar mais alto que o habitual;
- assistir à televisão em volume mais alto que os outros membros da família;
- posicionar o ouvido para frente quando está ouvindo;
- infecções frequentes nos ouvidos (otites de repetição).
É essencial que a criança realize avaliações periódicas da audição, porque infelizmente a surdez em seus diversos graus é um problema que atinge várias pessoas. Segundo o IBGE, no Brasil há mais de 600 mil crianças entre 0 e 14 anos com alguma deficiência auditiva.
Quais são as possíveis causas?
Vários motivos podem causar perda auditiva em crianças. Chamamos de perda congênita quando o bebê já nasce com essa dificuldade. Além dos fatores genéticos, algumas complicações ou comportamentos da gestante podem causar problemas na audição do bebê. Assim, se a mamãe ingere medicamentos ototóxicos ou contrai doenças como toxoplasmose, rubéola ou, até mesmo, uma gripe, o filho pode desenvolver algum grau de surdez.
Também há a possibilidade de a perda auditiva ocorrer no período neonatal ou mais tarde. Nesses casos, as razões podem ser:
- má formação anatômica do aparelho auditivo;
- prematuridade;
- baixo peso ao nascer;
- internação na UTI para antibioticoterapia;
- otites;
- meningite bacteriana;
- icterícia neonatal.
Como escolher um aparelho auditivo infantil?
Como você viu, vários fatores podem causar a surdez infantil. Do mesmo modo, a perda pode ser em diversos graus. Sendo assim, o diagnóstico e a reabilitação auditiva só podem ser realizados por profissionais, como fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas, que farão testes para identificar o problema e, assim, indicar o aparelho auditivo infantil mais adequado.
O dispositivo deve ser confortável e de simples adaptação e, preferencialmente, resistentes à poeira e umidade, além de conter travas de segurança para que a criança exerça suas atividades e brincadeiras sem qualquer transtorno. O ideal é que tenha baterias duráveis ou que o aparelho seja recarregável. Assim, o pequeno poderá usar por bastante tempo sem interromper o que estiver fazendo.
Quando o grau de perda auditiva é profundo, pode ser necessário um implante coclear. Apesar de ser um procedimento cirúrgico, há um risco mínimo e aumenta muito a qualidade de vida do paciente.
Vale lembrar que as necessidades auditivas das crianças são diferentes dos adultos e se alteram conforme a idade. Por esse motivo, é fundamental realizar um acompanhamento com um profissional em uma clínica que ofereça toda a estrutura e suporte necessários. Quanto antes isso for feito, melhor para a criança, menores serão os impactos no desenvolvimento cognitivo e social.
Como ajudar a criança a se adaptar?
Para um adulto, a fase de adaptação com aparelho auditivo não é fácil, e isso não seria diferente para uma criança, pois muitas vezes elas não compreendem o porquê de precisarem usar um dispositivo na orelha. Então, além de muita paciência, é fundamental que os pais, familiares e professores estimulem a criança a usá-lo, além de comemorar cada pequeno avanço até que o pequeno encare com naturalidade o uso do aparelho.
Outra maneira de ajudar na adaptação é participar ativamente e promover a comunicação com a criança, falando claramente, incentivando a conversa e estabelecendo rotinas de falar e ler livros ou contar histórias. Também é importante estar sempre preparado para o inesperado e ter sempre baterias extras.
O recomendado é fazer uma espécie de diário sobre a adaptação da criança. Anotar as informações relevantes ajudará o profissional a identificar as necessidades e dificuldades, além de perceber a evolução do pequeno com relação ao aparelho. Dessa forma, poderá traçar estratégias de tratamento mais eficazes para o progresso e desenvolvimento da criança.
Enfim, a perda da audição em crianças é mais comum do que se pensa e precisa ser diagnosticada o quanto antes para evitar o deficit cognitivo e dificuldades de interação social. Afinal, ouvir é a chave para aprender melhor. Assim, com o auxílio de profissionais experientes e a indicação de tratamento e do aparelho auditivo infantil mais adequado para o caso, certamente a criança poderá aproveitar melhor sua infância.
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