O que você precisa saber sobre deficiência auditiva unilateral?

Aparelhos Auditivos

A perda auditiva unilateral é uma condição que dificulta o cotidiano do indivíduo tanto nas questões pessoais quanto nas profissionais. Por isso, deve ser identificada precocemente por um profissional de saúde para instituir o tratamento mais adequado ao perfil do paciente.

Isso porque, apesar de conseguir ouvir em um dos ouvidos, quem tem deficiência auditiva unilateral enfrenta diversos obstáculos no dia a dia. Entre eles está a dificuldade em identificar a direção do som, o que pode ser um perigo na hora de atravessar a rua, por exemplo.

No entanto, muitas pessoas nessa condição relutam em procurar ajuda especializada. Dentre os motivos está a falta de conhecimento sobre os tratamentos disponíveis ou o preconceito de assumir essa deficiência.

Para ajudar a entender melhor o tema, preparamos este post com tudo o que você precisa saber sobre a surdez unilateral. Você vai entender o que é, conhecer as possíveis causas do problema e descobrir como tratar e resgatar a qualidade de vida do portador. Vamos lá?

Mas afinal, o que é deficiência auditiva unilateral?

A perda auditiva unilateral afeta os indivíduos que têm redução significativa ou completa de audição em somente um dos ouvidos.

Geralmente, a condição é considerada grave quando a pessoa tem perda auditiva a partir de 41 decibéis. Nesses casos, o problema é visto como deficiência, inclusive, em concursos públicos — o indivíduo pode disputar as vagas reservadas aos portadores de necessidades especiais.

Independentemente do grau de surdez, o fato é que a deficiência unilateral afeta a vida das pessoas de diversas formas, como você verá a seguir.

Quais são as consequências da perda auditiva unilateral?

Muita gente acredita que a surdez unilateral não abala a qualidade de vida das pessoas, afinal, ela escuta muito bem em um dos ouvidos, certo? Na verdade não é bem assim. O nosso cérebro foi programado para ouvir com os dois ouvidos.

Por exemplo, quando estamos de olhos fechados e uma pessoa chega perto, como sabemos de que lado ela está? Bom, o nosso “computador cerebral” usa, de forma inconsciente para nós, dois mecanismos para fornecer a direção do som: a velocidade e a intensidade com que a vibração chega aos ouvidos.

Mesmo que a gente não perceba, uma das nossas orelhas vai captar mais rapidamente (e de forma mais alta) o som que está sendo emitido. Dessa maneira, sabemos identificar exatamente o local do ruído. Os surdos unilaterais, porém, não têm essa capacidade.

A dificuldade em detectar a direção dos barulhos se torna um problema em situações cotidianas, como dirigir, atravessar a rua, escutar sirenes de ambulância ou viatura policial ou até mesmo participar de uma reunião.

Além de não saber de onde vem o som, a pessoa com deficiência auditiva unilateral encontra dificuldades em escutar conversas em ambientes barulhentos. Em casos graves, alguns indivíduos podem apresentar problemas na fala.

Como a perda auditiva unilateral influencia no cotidiano?

As pessoas que foram diagnosticadas com deficiência parcial sofrem com dificuldades para entender as mensagens provenientes de uma conversa informal, assim como na assimilação dos conceitos escolares ou em uma reunião.

Além disso, esses pacientes costumam relatar zumbido nos ouvidos e falta de interação com os indivíduos, causando irritabilidade e afastamento de eventos sociais e familiares, devido a vergonha por ter essa limitação.

Outro ponto observado de quem tem o problema mas se recusa a usar um aparelho auditivo é a solicitação constante para repetição do assunto ou encurvamento do corpo para escutar pelo “ouvido bom”.

Quais as possíveis causas desse problema?

Algumas causas da surdez unilateral são as mesmas da bilateral, como otosclerose, exposição a ruídos excessivos, otite aguda, tumores etc. No entanto, outras são mais comuns nos casos de perda de audição de um ouvido só, como a síndrome de Ménière.

A seguir, conheça essa e outras fontes do problema:

Neurinoma do Acústico (Schwannoma)

Os neurinomas do acústico são tumores benignos que se originam no nervo de audição e podem se expandir até o cérebro. Apesar de não terem capacidade de invadir outros tecidos (metástase), eles podem causar zumbidos no ouvido e perda de audição.

Surdez súbita

Como o próprio nome diz, a surdez súbita é a perda brusca e repentina de audição sem causa definida. Na maioria das vezes, ela ocorre em somente um dos ouvidos e pode afetar as conversas formais e informais.

Síndrome de Ménière

A síndrome de Ménière é outra causa bastante comum da surdez unilateral. A doença ocorre quando há um aumento da pressão da endolinfa — um líquido existente dentro do ouvido. Esse transtorno pode impedir a capacidade de ouvir em apenas uma das orelhas.

Acidentes

Acidentes de carro, agressões, ferimentos por arma de fogo e outros incidentes também estão entre as causas da perda auditiva unilateral. Isso ocorre porque esses acontecimentos podem gerar lesões no nervo acústico de algum dos ouvidos, causando a surdez.

Quais são os tratamentos para a surdez unilateral?

No passado, era comum as pessoas “deixarem para lá” o problema de surdez ou simplesmente se contentarem com o fato de que esse distúrbio era “coisa da idade”. Com o avanço da tecnologia, porém, esse cenário mudou. Atualmente, é possível resgatar a qualidade de vida desses indivíduos com o uso de aparelhos e implantes auditivos, além de acompanhamento frequente do paciente.

Estes últimos referem-se a implantes que são presos aos ossos do crânio, atrás da orelha, e têm o objetivo de captar os sons e transmiti-los ao receptor auditivo (cóclea). Esses aparelhos contam com tecnologia de alta resolução e se adaptam discretamente no ouvido do paciente.

Os aparelhos, por sua vez, costumam ser as principais escolhas de quem está sofrendo com problema de surdez unilateral. Atualmente, existem diversos modelos no mercado, desde em versões reduzidas de tamanho, com adaptação para wireless, carregador de baterias com mais potência até aqueles na cor de pele para camuflar a inserção dessa tecnologia no pavilhão auricular.

Também existem as versões sem fio, com funções para controlar o zumbido e o ruído do vento. Nas opções mais modernas é possível obter artefatos com controle remoto que conecta diversos dispositivos de áudio, além de ser uma versão discreta e altamente eficiente.

Para aqueles indivíduos que não abrem mão da comodidade e luxo, existem dispositivos com estojos personalizados, em cores diferentes e baterias com duração superior a 12 horas de uso.

No entanto, sabe-se que o intuito é um só: captar os sons de forma que eles possam ser escutados. Porém, aqueles pacientes que se empolgam com a possibilidade de escutar sons de forma mais nítida e sem ruídos começam a almejar mais funcionalidades em seus aparelhos auditivos, buscando sempre por inovações.

Geralmente, os equipamentos mais indicados para as pessoas com deficiência unilateral são os chamados aparelhos de amplificação sonora individuais (AASI). Para que o indivíduo volte a escutar, é necessário que ele use o aparelho nos dois ouvidos, a fim de equilibrar a captação do som.

Dessa forma, o que foi colocado do lado da surdez funciona como receptor, enquanto o outro assume a função de emissor. Basicamente, funciona assim: um microfone capta os sons que chegam ao “ouvido bom” e um transmissor sem fio envia os ruídos para o aparelho oposto.

Além do acompanhamento periódico feito pelo profissional, é fundamental se proteger de situações que possam lesionar o aparelho, com guardá-los sem proteção ou retirá-los constantemente dos ouvidos, correndo o risco de caírem acidentalmente e serem danificados. Também é imprescindível usar esses artefatos constantemente para perceber mudanças na capacidade auditiva, pois o uso esporádico não surtirá efeito.

Como os aparelhos podem resgatar a qualidade de vida?

Obviamente, uma pessoa com surdez completa não vai voltar a escutar como antes. Entretanto, a melhora é significativa e impacta diretamente na qualidade de vida desses indivíduos.

Além das funcionalidades básicas, os aparelhos auditivos modernos apresentam utilidades que trazem inúmeros benefícios aos usuários. Uma das possibilidades é a transmissão direta de músicas, ligações e sons da TV para o equipamento.

Também há a opção de controle por aplicativo, sensor de movimento (que garante a eficácia do aparelho mesmo quando a pessoa não estiver parada), gerador de sons que aliviam o zumbido e muito mais.

Por que o indivíduo deve procurar ajuda médica?

A perda auditiva unilateral pode ser tratada com diversas terapias auditivas. Basta identificar a melhor estratégia com o profissional e discutir sobre o conforto, manutenção e custo dessas tecnologias.

Por isso, o ideal é procurar um especialista no assunto. Só ele vai saber analisar melhor o caso (levando em consideração o grau de perda auditiva) e apresentar os possíveis tratamentos. Geralmente, os médicos indicados são os otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos.

Lembrando que é muito importante buscar auxílio de um profissional o quanto antes. Caso contrário, a audição pode sofrer danos irreversíveis. Se você perceber que um familiar está passando pelo problema, portanto, procure ajuda imediatamente.

A perda auditiva unilateral é uma transtorno que impacta significativamente no cotidiano das pessoas. Assim, é fundamental procura ajuda médica sempre que identificar problemas na interpretação dos sons, analisar as terapias existentes quanto à inserção, conforto e custo das tecnologias e fazer acompanhamentos periódicos para analisar a evolução do problema. Além disso, é importante procurar sempre por ajuda profissional e empresas que ofertam produtos de qualidade.

Agora que já entendeu a importância de tratar a perda auditiva unilateral, entre em contato conosco e conheça as opções de tratamento para esse problema!

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