As pessoas que estão expostas continuamente a ruídos podem apresentar uma série de sintomas auditivos e extra-auditivos. São problemas que prejudicam a qualidade de vida e, aos poucos, debilitam a saúde de modo geral. A boa notícia é que a perda auditiva induzida por ruído, embora tenha consequências graves, pode ser facilmente prevenida.
A seguir, vamos explicar tudo que você precisa saber sobre a perda auditiva por ruído: as principais dificuldades dos portadores desse problema, como identificá-lo, qual é o diagnóstico e como se prevenir. Venha tirar suas dúvidas!
O que é perda auditiva induzida por ruído?
Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID), a perda auditiva induzida por ruído (Pair) é a perda da audição provocada pela exposição prolongada ao ruído.
É um problema que pode ser grave para a saúde auditiva, pois a Pair é irreversível e progressiva com o tempo, na medida que a pessoa fica exposta ao problema.
Diferentemente de som, usamos a palavra “ruído” para descrever sons desagradáveis ou indesejáveis. Do ponto de vista da acústica, ramo da física que estuda os sons, os ruídos possuem movimentos de vibração com diferentes frequências entre si.
Quando o ruído é intenso e a exposição a ele é continuada, ocorrem traumas e lesões estruturais na orelha interna de uma pessoa, o que determina a ocorrência da perda auditiva induzida. A exposição continuada ao ruído tem, em média, 85 dB(A) e dura cerca de oito horas por dia — os níveis de ruídos considerados médios ficam entre 55 e 80 decibéis.
A Pair é um dos agravantes frequentes à saúde dos trabalhadores, pois os altos níveis de ruído estão presentes em diversos ramos, como na siderurgia, metalurgia e têxteis. É a Norma Regulamentadora n.º 15 (NR-15), da Portaria MTb n.º 3.214/1978, que estabelece os limites de exposição a ruído contínuo no ambiente de trabalho.
Qualquer pessoa pode estar exposta de forma contínua a ruídos e, por conta disso, desenvolver a Pair. No entanto, existem trabalhadores que atuam diretamente em ambientes hostis à saúde auditiva, encaixando-se em um “grupo de risco” do problema.
Como identificar esse problema?
Como vimos no início do conteúdo, uma pessoa portadora de Pair desenvolve sintomas relacionados à audição, mas também sintomas extra-auditivos.
O problema é que nem sempre eles são identificáveis rapidamente ou analisados com a devida importância. Há quem só busque ajuda quando os sintomas chegam a um estágio avançado, o que pode prejudicar a total eficácia do tratamento.
Portanto, as pessoas que estão expostas a ruídos de forma constante precisam ficar atentas aos seguintes sinais:
- zumbido no ouvido;
- dificuldade para compreender a fala de outras pessoas;
- dores de cabeça;
- irritabilidade;
- tontura.
Além dos sintomas específicos, quem sofre de perda auditiva por ruído pode apresentar alterações na sua rotina, como uma menor produtividade no trabalho e um nível maior de estresse. Problemas de socialização também podem acontecer, pois a pessoa portadora passa a se isolar, uma vez que não entende perfeitamente o que os outros estão falando.
Outro problema comum nesse caso é a dificuldade de concentração para atividades simples, o que pode gerar consequências negativas tanto na vida pessoal quanto na profissional.
Em caso de um ou mais sintomas de perda auditiva induzida por ruído, a solução recomendável é buscar um médico otorrinolaringologista para realizar um teste de audiometria e outras avaliações.
Como é o diagnóstico da perda auditiva induzida por ruído?
Na suspeita de perda auditiva, o profissional de saúde encaminha o paciente para uma rede de serviços para que possa ser submetido a exames audiológicos, com o objetivo de confirmar a existência de alterações auditivas.
No caso de trabalhadores que atuam em ambientes com alto nível de ruído, também são consideradas informações sobre a sua história ocupacional, de modo que fique mais detalhada a exposição ao problema e o médico consiga estabelecer uma relação entre a causa e os sintomas apresentados pelo paciente.
Como é o tratamento?
Não existe um tratamento definitivo para a perda auditiva induzida por ruído. Os casos são avaliados de forma individual pelos médicos para orientar ações de reabilitação do paciente e a sua adequação aos ambientes.
O diagnóstico médico pode nortear a busca de novos casos em um ambiente de trabalho, por exemplo, permitindo que as medidas de proteção individual e coletiva sejam corretamente adotadas.
Há casos em que a reabilitação por meio do aparelho auditivo devolve ao paciente a audibilidade e a qualidade de vida, além de tratar o zumbido que tende a acompanhar esse tipo de perda auditiva.
O aparelho auditivo é indicado não apenas para pessoas que apresentam perda auditiva moderada ou grave. Qualquer um que manifeste um grau de perda da audição pode ser um usuário do aparelho. Mas, antes de qualquer coisa, lembre-se que tudo depende da avaliação médica.
Como prevenir?
Existem medidas dentro e fora do ambiente de trabalho que podem ser adotadas para evitar a perda auditiva induzida por ruído. A seguir, confira as nossas sugestões:
- usar os mecanismos de proteção individual e coletiva na rotina de trabalho (como os protetores auriculares);
- respeitar o limite de tolerância para ruídos contínuos, estabelecido na NR-15;
- ficar longe de ruídos em períodos de descanso e alimentação no trabalho;
- não usar fones de ouvido por um tempo prolongado;
- evitar o volume máximo do som rotineiramente, principalmente se usar fones de ouvido.
Além disso, faça consultas regulares para identificar qualquer problema o mais cedo possível. O importante é investir na sua saúde para aproveitar ao máximo a vida. Independentemente se você tem perda auditiva leve ou severa, nós da A&R estamos à sua disposição para esclarecer possíveis dúvidas sobre o assunto.
Buscar um médico otorrinolaringologista é o que pode evitar o agravamento dos sintomas da perda auditiva induzida por ruído. Mediante o diagnóstico, o médico pode orientar o paciente à reabilitação da audição por meio de aparelhos auditivos. Portanto, ao sentir os sintomas da Pair, busque ajuda especializada.
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