Você sabe o que é a sensibilidade auditiva?

Aparelhos Auditivos

Você sente certo incômodo quando escuta o som de uma buzina de carro, vozes em um alto-falante ou um bebê chorando? Não se preocupe, isso é normal.

Porém, se você se sente incomodado por sons que geralmente outras pessoas toleram naturalmente, isso pode ser um sintoma de sensibilidade auditiva, uma condição que pode trazer transtornos em seu dia a dia.

A sensibilidade auditiva pode ter diversas causas, desde uma má formação do canal auditivo até mesmo o estresse gerado pelo uso de fones de ouvido em altas frequências.

Quer saber mais detalhes sobre esse assunto? Acompanhe este texto e descubra como funciona o aparelho auditivo, quais os sintomas e as razões para sensibilidade auditiva, além de qual o tratamento mais indicado. Confira!

O funcionamento do ouvido humano

O aparelho auditivo, concentrado no interior da cabeça, é dividido em três partes. A primeira parte é o ouvido externo, onde se encontra o canal auditivo. A segunda parte é ouvido médio, também conhecido como cavidade timpânica, onde se localiza o tímpano e os ossículos. A terceira parte é o ouvido interno, onde se concentra a cóclea o nervo auditivo.

Para que consigamos fazer a recepção do som, é preciso que a onda sonora entre pelos ouvidos externos e percorra um canal auditivo até chegar ao tímpano. Com a presença dessas ondas sonoras, o tímpano começa a vibrar. Nesse momento, os dois ossos da cavidade timpânica, o martelo e a bigorna acionam outro osso chamado de estribo, que transfere essa informação ao ouvido interno.

Ao passar por cada um desses obstáculos, as ondas sonoras são aplicadas e vão em direção ao caracol do ouvido. Nesse local existem células nervosas do nervo auditivo que enviam os sinais das ondas sonoras ao cérebro. É nesse instante que temos a percepção do som.

Apesar da sua grande complexidade, o aparelho auditivo não consegue identificar todas as frequências sonoras que existem no universo. O ser humano consegue captar pequenas variações de frequências que variam de 20 hertz a 20.000 hertz.

Para se ter uma ideia, o sistema auditivo humano não consegue captar frequências sonoras de ultrassons e infrassons, pois eles operam de 20 k-hertz até vários giga-hertz.

Quem tem sensibilidade auditiva tem essa forma de captação e recepção do som de maneira alterada. Geralmente, isso ocasiona uma sensibilidade anormal aos sons de baixa e média intensidade, de modo que apresente baixa tolerância em relação a ruídos diários.

Entendendo a Hiperacusia

Entendendo a Hiperacusia

A Hiperacusia é uma tolerância colapsada aos sons que acomete pessoas com audição normal, ou seja, não necessariamente com perda auditiva, mas sim uma sensibilidade anormal a sons de baixa ou moderada intensidade — de 5 a 17 decibéis.

Por conta de uma alteração no processamento central de sons, essas pessoas sofrem diariamente com um desconforto incontrolável, irritação e até mesmo com dor em alguns casos. Sons comuns como latidos, risos, toques de telefone, aspirador e outros, podem causar zumbidos, vertigens e cefaleias.

No entanto, esse problema pode ser confundido com a misofonia, mas são coisas diferentes. Enquanto na hiperacusia existe uma sensibilidade auditiva a sons corriqueiros, na misofonia acontece a intolerância de ruídos específicos e repetitivos, como sons de teclado, tic-tac do relógio e até mastigação.

Protetores auriculares podem agravar o problema

É preciso entender que, na verdade, o silêncio faz com que o sistema auditivo aumente os ruídos. Por isso, em vez de minimizar a sensibilidade auditiva, o uso de protetores podem aumentar a intensidade dos sons e gerar incômodos ainda maiores no dia a dia.

Além disso, é bastante comum que pacientes que sofram com a hiperacusia se isolem para evitar possíveis barulhos desagradáveis. Contudo, ao reduzir os estímulos sonoros, a tendência é que essa sensibilidade cresça cada vez mais.

É preciso reconhecer essa hipersensibilidade do ouvido e realizar o acompanhamento e tratamento correto para que o quadro não se agrave e possa trazer malefícios para sua vida.

As causas da sensibilidade auditiva

São várias as origens da sensibilidade auditiva. Ela pode ser adquirida, por exemplo, como resultado de alguma má formação genética do ouvido interno. Há casos em que existe má formação do músculo tensor do tímpano ou dos músculos estapedianos. Esses são responsáveis pelos reflexos auditivos, que também podem estar vinculados a danos causados ao cérebro ou ao sistema neurológico.

Outra causa da sensibilidade auditiva está relacionada às questões emocionais, como estresse e ansiedade. Isso ocorre porque instabilidades emocionais podem causar a diminuição da serotonina, neurotransmissor que atua no cérebro e em outros sistemas do corpo e proporciona a sensação de bem-estar, podendo afetar também a audição.

É importante destacar outra causa que talvez seja a mais imediata em relação à sensibilidade auditiva: a superexposição a níveis excessivos de decibéis. Isso acontece quando as pessoas passam a ser submetidas repentinamente a sons muito altos, como no disparo de uma arma, fones de ouvido com volume não recomendável, o desdobrar de um air bag ou o estouro de um pneu.

Ainda deve-se considerar que a sensibilidade auditiva é comum nos casos de consumo de drogas e outras doenças, como, por exemplo, a doença de Meniére e a disfunção da articulação temporomandibular.

Principais sintomas físicos ocasionados pela sensibilidade auditiva

Os sintomas podem variar de acordo com cada organismo, já que cada pessoa tem um grau de afetação diferente. Porém, geralmente eles envolvem dor de ouvido, desconforto e intolerância a ações que geralmente outras pessoas toleram naturalmente.

Sabe-se que pessoas com sensibilidade auditiva podem ter ataques de pânico e, na maioria dos casos, zumbido no ouvido. A sensibilidade auditiva também tem como sintomas tonturas, náuseas e até mesmo perda do equilíbrio quando o indivíduo entra em contato com sons altos.

Outros sintomas estão relacionados ao comportamento emocional. Por exemplo, as pessoas com sensibilidade auditiva têm alto grau de ansiedade, estresse e fonofobia, de modo que isso ocasiona falta de disposição para reagir a determinados níveis sonoros.

Problemas auditivos decorrentes do quadro

Problemas auditivos decorrentes do quadro

Como vimos, a sensibilidade auditiva pode trazer várias consequências para o estado de saúde de uma pessoa, podendo estar ligadas diretamente com o cuidado e tratamento do problema.

Além disso, é comum que esses pacientes desenvolvam dificuldades com relação à produtividade no estudo e trabalho e apresentem quadros de insônia. Algumas pessoas também podem apresentar fortes dores de cabeça chegando ao desmaio dependendo do volume do ruído encontrado no ambiente.

Pela audição já estar muito sensível aos ruídos existentes, é natural que com o tempo todo o trato auditivo se desgaste, uma vez que a exposição pode gerar perda auditiva, que é uma das consequências mais graves.

Existem também riscos relacionados com a saúde mental e obstáculos no âmbito profissional e na convivência com outros de maneira geral, principalmente em locais externos.

Como forma de prevenção, é preciso ter alguns cuidados em qualquer idade, como, por exemplo, evitar volumes muito altos, limpar os ouvidos de maneira correta e visitar periodicamente o otorrino.

Dessa forma, é extremamente importante lidar com o tratamento correto e indicado por um profissional especializado. 

Possibilidade de tratamento para sensibilidade auditiva

A sensibilidade auditiva não pode ser tratada com medicamentos ou cirurgias. Alguns recursos terapêuticos são os mais recomendados para eliminar o desconforto e melhorar a qualidade de vida de quem sofre desse problema. 

Uma forma de minimizar e abolir a hipersensibilidade é usando geradores de som com ruído branco. Esses podem ajudar a acabar com o problema, principalmente em pacientes com hiperacusia.

Nesses casos, o som precisa ser aplicado suave e gradualmente à orelha, começando sempre por níveis muito baixos. Esse método garante um reajuste permanente no ganho auditivo a nível cerebral, ocorrendo em poucos meses e reduzindo a intensidade de ruídos que causavam desconforto.

Terapia sonora

A terapia sonora é uma forma bastante eficiente de tratamento. Esse procedimento trabalha com o mecanismo existente no funcionamento do nosso cérebro, exercitando as conexões cerebrais na parte auditiva e modulando as conexões do cérebro, realizando uma espécie de musculação.

Durante esse método, os sons começam em baixa intensidade e vão aumentando gradativamente, de modo que o cérebro passa a ser educado até que não se incomode mais com volumes que antes eram incômodos.

O procedimento consiste em deixar a pessoa com sensibilidade auditiva exposta a um som tranquilo enquanto dorme, que pode vir de uma fonte de água ou até mesmo de barulhos da natureza. No entanto, ainda assim esses sons não podem ser ouvidos em fone de ouvido.

Como o cérebro nunca desliga de fato, é possível aproveitar a hora de dormir para introduzir a terapia de dessensibilização com ruídos brancos. Durante o sono, ele aprende que aquele barulho, naquela intensidade, não é agressivo e aos poucos vai se adaptando para potências mais altas, até o volume não incomodar mais.

O mais recomendável é colocar um aparelho ou uma fonte de água, por exemplo, que fique ligada o tempo todo naquele espaço, de modo que a pessoa não tenha necessidade de ligar e desligá-lo.

Essas foram algumas informações sobre sensibilidade auditiva. É importante estar atento à saúde dos ouvidos para não prejudicar a capacidade de escutar e evitar complicações mais graves que afetam a sua qualidade de vida.

Agora que você já sabe mais sobre o assunto, compartilhe este conteúdo em suas redes sociais e permita que seus amigos e familiares também se beneficiem dessa informação!

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